Atende pelo nome de Leopold & Loeb um dos mais famosos casos policiais ocorridos nos Estados Unidos. Envolvia dois rapazes unidos por uma estranha amizade, que, em 1924, sequestraram e deram fim a uma vítima inocente pelo simples prazer de praticar o crime perfeito. O caso serviu de inspiração a uma peça de teatro, mais tarde adaptada às telas pelo mestre Alfred Hitchcock na obra-prima Festim diabólico. Agora, o mesmo assassinato tornou-se ponto de partida para Cálculo mortal (Murder by numbers, Estados Unidos, 2002), cartaz nacional na sexta-feira 19. Não tivesse alardeado sua nobre genealogia, a trama centrada em dois solitários estudantes de classe média passaria como mais um thriller voltado para uma juventude carente de valores. Mas o diretor Barbet Schoeder fez questão de citar Hitchcock numa daquelas cenas em que alguém despenca das alturas com o rosto em pânico, caindo vertiginosamente. Só que nem este recurso nem a sempre bela presença de Sandra Bullock na pele da policial à caça dos assassinos conseguiram injetar energia num suspense morno.