Húngara radicada no Brasil a partir de 1960, Madalena Schwartz (1921-1993) é hoje considerada a “grande dama” do retrato fotográfico no País. Não apenas pelo título, mas principalmente pela qualidade e reflexão contidas no seu trabalho, a fotógrafa prova na mostra Retratos – em cartaz na Galeria IMS, no Unibanco Arteplex, em São Paulo – com 15 fotos realizadas entre 1970 e 1983, a verdadeira dimensão de uma profissional que começou a fotografar aos 45 anos. Pequena na quantidade, porém de grandes efeitos, as fotografias percorrem diferentes painéis da cultura brasileira, com especial atenção à beleza geralmente escondida do povo do Norte e Nordeste.

São retratos de gente simples, no entanto alegre e orgulhosa quando vista num preto-e-branco que privilegia faces e olhares de inquestionável expressividade. Madalena também voltou suas lentes para artistas de variadas tendências, reconhecendo nobreza tanto na compenetração de Paulo Autran quanto na irreverência do grupo teatral de transformistas Dzi Croquettes, que chacoalhou a noite paulistana nos anos 70.