30/10/2002 - 10:00
Com a vitória de Lúcio Alcântara (PSDB) para o governo e a de Tasso Jereissati (PSDB) para o Senado, o Ceará tem tudo para virar um dos principais ninhos do neotucanato nacional, agora com menor influência dos paulistas. No Estado, prevaleceu a chapa LuLu – Lula para a Presidência e Lúcio Alcântara para governador –, lançada por Ciro Gomes tão logo foi encerrado o primeiro turno. O posicionamento de Ciro acabou neutralizando o apoio de Tasso ao tucano José Serra, mas não evitou que a onda Lula favorecesse o petista José Airton. Nas duas semanas que antecederam o primeiro turno, Airton, ex-prefeito de Icapuí e atual vereador em Fortaleza, colou sua campanha na candidatura de Lula e conseguiu uma arrancada surpreendente rumo ao segundo turno. Lúcio, que tinha como certo uma vitória em 6 de outubro, precisou enfrentar mais 20 dias de uma acirrada disputa e só venceu com uma diferença inferior a três mil votos. Na reta final, bem que José Airton tentou evitar o efeito devastador do projeto de Ciro. Recorreu à Justiça Eleitoral e chegou a proibir que material de campanha reunindo Lula e Lúcio fosse distribuído. A estratégia não deu certo e, para complicar ainda mais sua candidatura, o petista passou a enfrentar uma série de denúncias. O Ministério Público investiga a hipótese de Airton ter favorecido uma empreiteira quando era prefeito de Icapuí e em troca ter recebido uma casa com piscina em Fortaleza.