26/06/2002 - 10:00
Finalmente podemos nos orgulhar de estar disputando a Copa do Mundo 2002. O time de Scolari derrotou, de virada, a temida equipe inglesa de David Beckham e Michael Owen por dois a um, num jogo eletrizante, de espantar o sono da madrugada. E sem a ajuda de Pelé. Na primeira fase, os jogadores brasileiros tiveram a habilidade comprometida, entre outros motivos, pelo estigma de ter caído na chave mais fraca de todas, graças ao sorteio feito por Edson Arantes do Nascimento. Enquanto a Argentina, por exemplo, tinha de lidar com as fortes Nigéria, Suécia e Inglaterra, nossos bravos rapazes eram acusados de enfrentar a China, a Turquia e a Costa Rica. Foram jogos para se assistir e dormir no meio, deixando, para o resto do dia, profundas olheiras e uma desagradável sensação de perda de tempo. Além de contar com a pouca bola dos adversários, nossos jogadores também foram acusados de cair nas graças dos incompetentes juízes. E com razão, é bom que se diga.
Mas com a Inglaterra tudo foi diferente. Depois da eliminação de França, Itália e Portugal, o time inglês estava entre os pouquíssimos favoritos restantes. E o juiz mexicano não demonstrou simpatias. Expulsou Ronaldinho Gaúcho, o herói do jogo e responsável pelos dois gols brasileiros, depois de uma entrada muito mais desastrada que maldosa. E, mesmo com um jogador a menos, o time brasileiro mostrou qualidades de emocionar. Qualidades exemplares para o mais comum dos mortais em suas batalhas diárias, como valentia, garra, equilíbrio, solidariedade e superação. Vencemos, convencemos e estamos mais perto da sonhada conquista do penta. De quebra, ainda vingamos nossos irmãos argentinos. E não vai aqui nenhum tipo de ironia.