Alemão louco de raiva

Na terça-feira 18, o candidato do PSDB a presidente, José Serra, telefonou para o presidente do PFL, Jorge Bornhausen. Pretexto: discutir casos de menor importância no processo de aproximação entre PSDB e PFL nos Estados. Objetivo real: tomar o pulso de Bornhausen. Saber como estava o presidente do PFL após as denúncias de que ele teria mandado dinheiro irregularmente para o Exterior. Irritado, o senador pefelista disse ao tucano simplesmente que não podia conversar porque estava muito preocupado em tratar da própria vida. De fato, Bornhausen só pensa nisso. Está contratando advogados, juntando certidões segundo as quais ele jamais mandou ou recebeu dinheiro de fora por meio das tais contas CC-5, etc. Depois que passar essa fase, digamos jurídica, o senador dará tratamento político ao assunto. E, aí, que se preparem os tucanos! No pefelismo ninguém tem dúvida de que a acusação foi mais uma armada pelo PSDB contra líderes do PFL. Bornhausen tem sido quem mais se opõe à aliança entre os dois partidos nos Estados, e por isso estaria sob ataque do tucanato. Os amigos do “Alemão” dizem que a vingança será terrível.

Teotônio X Requião 1

O senador Teotônio Villela (PSDB-AL) está quase pedindo ao Senado um outro apartamento para morar. Motivo: ele não aguenta mais as entrevistas matutinas que o vizinho de cima, Roberto Requião (PMDB-PR), dá para as rádios do Paraná, sempre às seis da matina. Da janela de seu apartamento, Requião desanca FHC diariamente com o vozeirão tonitruante. O senador alagoano esta semana não se conteve. Correu para a janela e berrou para o alto: “Manera, Requião!”

Teotônio X Requião 2

O senador Teotônio Villela (PSDB-AL), conhecido por ser um boêmio convicto, chegou um dia em casa e se espantou com a geladeira abarrotada, já que não tem o hábito de fazer compras. Olhou em volta e viu que estava no apartamento errado. No caso, no do vizinho de cima, seu adversário Roberto Requião. Saiu de fininho. Em outra madrugada, Téo acordou para beber água e deu de cara com Requião abrindo sua geladeira. Quase fizeram as pazes.

Demora pouca é bobagem

Há cerca de quatro anos, a diretora de Fiscalização do Banco Central já tinha recebido do BC americano um dossiê com informações preliminares sobre o escândalo do envio irregular de bilhões para o Exterior via contas CC-5 partindo de Foz do Iguaçu. Policiais federais brasileiros estiveram em Nova York em busca dos documentos, em janeiro passado, quando os chefões do FBI disseram: “Vocês não foram informados? Já entregamos um bom material para aquela senhora do Banco Central, que esteve aqui há uns quatro anos.” Até hoje a PF nada recebeu do Banco Central.

Ministro insone

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Nelson Jobim, não aceita as acusações de que privilegiou seu amigo José Serra, ao atender o PMDB governista em sua casa, às 3h da madrugada do dia em que ocorreu a convenção nacional peemedebista. Sem a intervenção de Jobim, não teria havido a convenção. “O juiz tem que atender a todos em todo momento. Está lá na Lei Orgânica da Magistratura. Artigo 35, inciso 4”, diz Jobim. Resposta do deputado oposicionista Alexandre Cardoso (PSB-RJ): “Vou mandar uma carta circular a todos os presidentes de Diretório do País informando que o Jobim está à nossa disposição por todas as madrugadas.”

Rápidas

O engavetador-geral da República, Geraldo Brindeiro, designou Delza Curvello para relatora no processo de demissão do procurador Miguel Guskow. Delza é muito amiga de Guskow.

A Previ aceitou pagar à União R$ 1,8 bilhão de Imposto de Renda. Com isso, o rombo no fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil já chega à casa dos R$ 3,8 bilhões.

A convenção do PSDB e a do PMDB, que definiu o apoio a Serra, foram feitas por uma mesma empresa, a Veritas. Mas ninguém vai admitir que o tucanato pagou tudo.