16/10/2002 - 10:00
Sucessão presidencial
Venho parabenizar a revista ISTOÉ pela sua excelente atuação na cobertura das eleições 2002. Mais uma vez, vocês provaram que são a revista semanal de informações mais independente do País. Como leitor de longo tempo, me sinto na obrigação de cumprimentá-los pela imparcialidade com que a revista mostra os fatos – o que não é comum de se ver nas concorrentes. Vocês contribuem muito para a democracia no País. Só com uma imprensa forte, independente, que não se curva diante dos poderosos, teremos um país melhor. E agora é Lula?” (ISTOÉ 1723).
Wellington Aparecido Pereira
Juiz de Fora – MG
Esperamos que o nosso próximo timoneiro tenha a determinação de conduzir este grande barco chamado Brasil. Claro que o comando de
uma grande aeronave depende de um bom piloto, mas é sabido que o engenheiro de vôo é importante, bem como toda a equipe engajada em um mesmo objetivo. A luta será para que tenhamos tranquilidade dentro de um mundo conturbado e cheio de contradições. A imprensa, sobretudo ISTOÉ, conduziu com imparcialidade o processo. Agora, resta apenas torcer para que cada um de nós faça o dever correto e consciente.
Isaac Soares de Lima
Maceió – AL
Excelente a entrevista especial sobre eleições 2002 com o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Como
cidadã brasileira considero uma honra poder votar em um nordestino sem diploma universitário, mas com uma biografia digna e PhD nos problemas sociais brasileiros. Lula simboliza a esperança de uma sociedade mais justa, na qual o trabalhador brasileiro possa ter
de volta sua auto-estima e sinta orgulho de seu país.”
Mônica Moreira Lima
São Luís – MA
O povo tem memória curta. Parece que ninguém se lembra da loucura que era o Brasil nos governos Sarney e Collor. Nem o congelamento
de preços nem a troca constante da moeda brasileira e muito menos o confisco do dinheiro dos cidadãos brasileiros seguraram a inflação.
O único presidente capaz de estabilizar a economia do Brasil foi FHC. Durante a sua administração, a economia prosperou e o poder aquisitivo do brasileiro aumentou muito.
Andreia de Oliveira
São Paulo – SP
A condução de um país necessita de verdadeiros projetos. Já passou o tempo das bravatas, dos caças marajás, dos que prendem e arrebentam. São novos tempos e os marqueteiros estão aí para isso. A sinceridade está na conduta pessoal e até mesmo familiar de quem quer levar a sério um programa difícil que é conduzir um país cheio de contradições.
Daniel Rebelo de Lima
Maceió – AL
Talvez a imagem de homem calmo e sereno que Lula transmite hoje não passe de mais uma criação do grande Duda Mendonça. Afinal,
pavora pensar que, eleição ganha, todos os problemas brasileiros o confrontarão. Porém, o Lulinha paz e amor é de verdade, sim. É como
o pai zeloso que, antes autoritário e fiel a seus princípios, sem abandonar sua firmeza, cresceu e percebeu que precisa respeitar o ideal de seus filhos, adotando a linha da conversa pacífica e do diálogo.
Rosana L. N. Couto
Cuiabá – MT
Congresso
Por representar vários setores da sociedade, o Congresso, através dos seus deputados, é de grande importância para o exercício da democracia. São criadas leis que vão muito além da publicação no Diário Oficial; são tomadas decisões que vão interferir no dia-a-dia de cada cidadão. Por isso, é muito importante a população tomar conhecimento de tudo o que ocorre nas discussões e nas votações. Político que usa o fisiologismo como plano de governo não merece estar no cargo e, muito menos, o reconhecimento da população. Como a votação das leis deve passar, também, pelo Senado, o bem-estar social de toda a população deve ser o único motivo para se unir o côncavo e o convexo do Palácio
do Planalto. A pouca renovação do Congresso se deve ao total desconhecimento e desinteresse da população pelo que ocorre
na Câmara dos Deputados. “Um filme repetido” (ISTOÉ 1723).
Fábio Moreira da Silva
Belo Horizonte –MG
Enfermeiros
Sou médico e não me sentiria nem um pouco constrangido se visse um enfermeiro acompanhando algum paciente, prescrevendo-o ou tratando-o. Desde que haja a adequação dos cursos de graduação para treiná-los de forma específica, não vejo empecilhos a essa prática, que aliás já é bastante comum na grande maioria dos municípios brasileiros, notadamente aqueles mais pobres e distantes. O corporativismo só
é válido quando não se é elitista: alguns médicos são tão vaidosos que se esquecem que vivemos em um país onde existe apenas um médico para cada 100 mil habitantes; que a saúde é tratada a toque de caixa; que enquanto milhares de dólares são gastos anualmente em cirurgias plásticas estéticas, milhares de crianças morrem de diarréia, desidratação e de fome antes de completarem um ano de vida; e deixam de lado a sua função social e recusam-se a trabalhar afastados dos grandes centros. A possibilidade de enfermeiros atuarem junto a pacientes melhorará a qualidade do atendimento ao cidadão, diminuirá o sofrimento de filas intermináveis e reverterá a situação caótica e humilhante pela qual
passa a saúde pública do Brasil. E isto, afinal de contas, não é o
principal problema a ser resolvido? “Guerra branca” (ISTOÉ 1722).
Eduardo Henrique Sampaio
Salvador – BA
Acho que a classe médica deve primeiro rever (ou conhecer) as competências dos enfermeiros antes de discriminar uma decisão amparada na lei. Será que o clássico corporativismo médico está acima da saúde pública brasileira?
Gabriel Pinto de C. e Silveira
Campinas – SP
Gostaríamos de ressaltar que, no caso de realmente existir algum combate, não somos nós enfermeiras as responsáveis por ele. Muito pelo contrário. Se há alguma luta de nossa categoria é pela melhoria da qualidade do atendimento à saúde da população. Mais especificamente, no caso das enfermeiras obstétricas, temos pautado nossas ações contando com o aval da Organização Mundial da Saúde, que reconhece sermos nós as profissionais mais adequadas para a assistência ao pré-natal e ao parto de baixo risco. Além disso, são diversos os colegas médicos obstetras e neonatologistas que, descontentes com a atual situação, colocam-se ao nosso lado, apoiando-nos e lutando pela mesma causa. Não foi por mero acaso que o Ministério da Saúde instituiu o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento, que se constitui numa resposta às necessidades de atenção mais qualificada à gestante, ao recém-nascido e à mulher no período pós-parto a fim de que haja redução das altas taxas de morbi-mortalidade materna e perinatal. A esse respeito, vale a pena recordar que a maior parte dos casos de mortalidade materna poderia ser evitada se houvesse melhoria na qualidade da assistência pré-natal que, no Brasil, é essencialmente realizada por profissionais médicos. Nesse contexto, ouvir comentários sobre nossa pretensa “incapacidade” soa no mínimo estranho. Se há a alardeada guerra, esta é decorrente do temor pela perda de poder. Este, sim, parece ser o pano de fundo que perpassa toda a matéria, que, infelizmente, apresenta triste experiência de um serviço de pré-natal. O que o artigo não menciona, talvez de forma propositada, são as reais circunstâncias em que a morte daquela mãe ocorreu. Ficam no ar as seguintes indagações: foram ouvidos os profissionais que atendem o pré-natal naquela referida instituição? Foi feito o devido levantamento no prontuário no período em que a gestante fez o pré-natal? Como afirmar que não foi feito o diagnóstico de nenhuma intercorrência? Apenas a informação da família, obviamente traumatizada e confusa com a situação, é suficiente para afirmar que a equipe não estava preparada para fazer o pré-natal? Nesse caso, foram ouvidas outras mulheres que ali fazem o pré-natal? Ocorreram outros casos com o mesmo fim trágico naquele serviço? Pelo que parece, os responsáveis pela reportagem não investigaram o histórico do pré-natal do Amparo Maternal. Contentaram-se em jogar por terra um serviço que funciona há cerca de 30 anos e é reconhecido por toda a comunidade profissional e acadêmica como de excelência. O texto mostra a faceta de uma história que serve apenas para justificar e incendiar a dita guerra entre a inverídica “incompetência” da enfermagem versus a endeusada “competência” da medicina. Finalmente, perguntamos: a quem serve esta reportagem? Certamente a todos aqueles que vêm trabalhando no sentido de solapar o trabalho e as conquistas das enfermeiras, especialmente as enfermeiras obstétricas que esperam poder contribuir com seu trabalho na melhoria da qualidade da assistência em sua especialidade. Quem ganha com a suposta guerra? Por certo não são as mulheres que frequentam os serviços de saúde e clamam por condições mais dignas e humanas de atendimento, especialmente durante o pré-natal e o parto.
Nádia Zanon Narchi
Enfermeira obstétrica, mestre e doutora em enfermagem.
São Paulo – SP
ISTOÉ responde: A matéria discute questões polêmicas e seguiu os princípios éticos jornalísticos praticados pela revista. Foram ouvidos médicos e enfermeiros e citados, inclusive, exemplos de países onde os enfermeiros já são responsáveis por outras atribuições, como ir à casa dos pacientes e fazer diagnósticos e prescrições. Portanto, ISTOÉ apresentou a questão da forma mais ampla possível e imparcial. Quanto à morte de uma parturiente na instituição Amparo Maternal, de São Paulo, a reportagem informa que o caso será investigado pelo Ministério Público Estadual, a quem cabe esclarecer as condições em que o fato ocorreu. Além disso, o representante da instituição foi ouvido e suas declarações reproduzidas com fidelidade.
Recuperação
Pequena, porém bastante oportuna, a matéria intitulada “Batalha vencida” (ISTOÉ 1722), que fala sobre a recuperação de Herbert
Vianna e a volta de Os Paralamas do Sucesso. Pequena, pois gostaria de saber mais detalhes em relação à qualidade vocal do cantor, sua capacidade de articulação verbal e cognição. Oportuna, por provar mais uma vez como são admiráveis a capacidade que temos para reorganizar informações por nós acumuladas em nossas mentes ao longo de nossas vidas e a importância da força de vontade no processo de recuperação (vide também Christopher Reeves, entre tantos outros).
Edmilson Mendes Chagas
Goiânia – GO
Testes psicológicos
Embora sejam preocupantes várias das informações encontradas na reportagem “Qualquer uma das alternativas” (ISTOÉ 1721), venho lhe informar que já vem existindo, nos últimos anos, um movimento nacional em prol da melhoria da qualidade dos testes psicológicos utilizados no Brasil. Nesse sentido, foi criado, em 1997, o Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (Ibap), cuja diretoria é composta de pesquisadores em psicologia dos mais diferentes pontos do Brasil, que tem por objetivo principal o incentivo à pesquisa e à produção de instrumentos psicológicos validados e padronizados para a população brasileira, assim como fomenta ações que possam contribuir para uma melhor formação dos profissionais que atuam na área da avaliação psicológica. Do mesmo modo, informo que já existem no Brasil vários laboratórios destinados à produção de instrumentos psicológicos de alta qualidade científica, estando os mesmos localizados em várias universidades brasileiras, como, por exemplo, na Universidade de São Paulo, Universidade de Brasília, PUC–Campinas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Unisinos, Universidade São Francisco, etc. O tema da melhoria da qualidade científica dos instrumentos psicológicos vem sendo enfocado nos congressos em psicologia, nos últimos anos, e continua sendo um dos alvos centrais de preocupação dos profissionais da área. Para nomear alguns dos próximos eventos diretamente relacionado a este tema, indicaremos o VI Encontro Mineiro de Avaliação Psicológica, a ser realizado em Belo Horizonte no próximo mês de novembro (informações pela página www.emap.newtonpaiva.br) e o I Congresso Nacional de Avaliação Psicológica, a ser realizado juntamente com a IX Conferência Internacional de Avaliação Psicológica, que ocorrerá em julho de 2003 (informações www.ibapnet.org.br). Embora reconheçamos que muito ainda deve ser feito pela melhoria dos instrumentos psicológicos, os pesquisadores brasileiros já estão combinando esforços com o Conselho Federal de Psicologia, no sentido de buscar elevar a qualidade científica dos serviços prestados pelos profissionais dessa área, certos de sua responsabilidade ética diante da população brasileira.
Prof. dra. Solange Muglia Wechsler
Presidente do Ibap PUC–Campinas
Campinas – SP
ISTOÉ responde: Mesmo reconhecendo o esforço do Ibap e de várias universidades em favor da qualidade dos testes psicológicos, este não substitui a avaliação das entidades que têm atribuição constitucional para tratar do assunto: o Conselho Federal de Psicologia ou o Ministério da Saúde. Foi justamente esse vácuo o objeto da reportagem de ISTOÉ.
O brilho da estrela
Parabéns pela excelente reportagem com a fantástica Laura Cardoso. Esta atriz com certeza emociona em qualquer papel. Tive o prazer de conhecê-la quando atuou em Irmãos Coragem, gravado em Diamantina. Ela saía pelas ruas, ia aos lugares e conversava com todos de forma serena e ao mesmo tempo com ênfase e determinação, características que lhe são marcantes. Laura é um show. “Triunfo da experiência” (ISTOÉ 1721).
Parísina Ribeiro
Diamantina – MG
Correção
Ao contrário do publicado na pág. 63 da ISTOÉ São Paulo – Edição Especial do Dia das Crianças, o projeto “Máquina do Tempo” está localizado no Shopping SP Market.