Assim como a imprensa vive dubiamente alardeando que Elvis Presley não morreu, a chamada guerra fria também não. Está viva e bem nas páginas escritas pelo americano Tom Clancy, cujo livro serviu de base para o esperado filme A soma de todos os medos (The sum of all fears, Estados Unidos, 2002), em cartaz nacional. Na história dirigida por Phil Alden Robinson, uma bomba atômica perdida pela aviação americana no Oriente Médio é recuperada por neonazistas liderados pelo empresário Richard Dressler (Alan Bates), que explode o artefato num estádio de futebol lotado, fazendo com que a culpa recaia sobre os russos.

Este day after requentado pelos atentados de 11 de setembro compõe o eixo central da quarta aventura levada às telas do herói Jack Ryan, um consultor da CIA – duas vezes personificado por Harrison Ford e uma por Alec Baldwin –, que reaparece remoçado na pele de Ben Affleck. Ainda inexperiente devido à manobra estilosa do autor, Ryan é cooptado pelo diretor da agência, William Cabot (Morgan Freeman), para participar de uma missão. Dentro da mesma artimanha, a oftalmologista Cathy Muller (Bridget Moynahan), mulher e mãe dos filhos do herói, aqui aparece como sua namorada. Mas, apesar dos novos truques, Tom Clancy continua mais atraente em livro.