Há cerca de um mês, a Associação Americana de Cardiologia anunciou normas rigorosas de prevenção contra as doenças cardíacas para os adultos. Agora, foi a vez de a garotada conhecer as diretrizes dos especialistas. As recomendações são dedicadas às crianças que têm casos de parentes com problemas no coração ou que apresentem fatores de risco, como colesterol alto ou hipertensão. Esse levantamento deve ser feito no pré-natal.

Nesses casos, a partir dos dois anos, a criança tem de consumir leite e derivados com pouca gordura. E, até os seis anos, precisa fazer exames para medir as taxas de colesterol ruim, caso seus pais tenham o problema. Se houver hipertensos na família, há mais uma recomendação: depois dos três anos, deve-se medir a pressão. Além disso, essas crianças devem praticar exercícios desde cedo.

As orientações da entidade americana também visam combater a obesidade infantil. Geralmente, uma criança obesa tem grandes chances de chegar à fase adulta com excesso de peso. O problema acarreta uma série de complicacões que prejudicam o coração. Entre elas, o acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos e a hipertensão. As diretrizes podem parecer exageradas, mas, na opinião dos médicos brasileiros, elas são bastante oportunas. Afinal, embora a maioria das pessoas acredite que as doenças cardíacas são um problema de adulto, elas podem começar a se desenvolver ainda na infância. Por isso, segundo Edmar Atki, cardiopediatra do Instituto do Coração, em São Paulo, a prevenção deve ser aplicada a todas as crianças, e não apenas quando há antecedentes familiares.