13/06/2002 - 10:00
Nos primeiros momentos de Infidelidade (Unfaithful, Estados Unidos, 2002) – que tem estréia nacional na sexta-feira 14 –, uma tempestade de vento varre as ruas do SoHo nova-iorquino. É o elemento que o diretor inglês Adrian Lyne escolheu para mostrar como o acaso pode virar a vida de uma pessoa. Em meio ao redemoinho de papéis, Connie Sumner (Diane Lane) esbarra com seu leque de sacolas no vendedor de livros Paul Martel (Olivier Martinez). Ele é francês, charmoso e aventureiro. Ela, uma linda metropolitana de classe média, bem casada e mãe de um filho. Como se trata de um filme de Adrian Lyne, a
dupla sofre de imediato uma atração fatal, com direito a
tórridas cenas de sexo.
Mas, moralista como é, o cineasta faz seus personagens sucumbirem ao desejo, para logo provar que os riscos da paixão não compensam. Afinal, no outro vértice do triângulo amoroso encontra-se um dedicado pai de família, o executivo Edward Sumner (Richard Gere). Com este enredo, que reedita as manjadas histórias de traição e vingança, Lyne volta a mergulhar na moral asséptica dos que encaram o casamento como uma empresa à prova de falência. Assim, o diretor evita dissecar a fragilidade das almas petrificadas, endossando apenas os preceitos que ordenam suas vidas previsíveis.