30/05/2002 - 10:00
Ebó, mandinga, patuá, simpatia. Tudo vale a pena na hora de torcer pela Seleção. Para quem vê o time se acertando a poucos dias da estréia, é difícil confiar somente na capacidade dos jogadores e na experiência do treinador. Olhar as estrelas ajuda. Quem afirma é o advogado Antônio Olaia, 72 anos, um corintiano sagitariano que, desde 1976, vem ajudando muitos clubes a conquistar a taça. Principalmente o seu, é claro. Em 1995, falou ao técnico alvinegro Eduardo Amorim que o time seria campeão paulista com um gol de pé esquerdo. Dito e feito. O canhoto Elivelton decidiu a final contra o Palmeiras com uma bomba de fora da área. O segredo de Olaia é tomar a data de nascimento dos jogadores e investigar as possibilidades que o futuro lhes reserva, cruzando dados da astrologia com o biorritmo de cada um. Chama-se biorritmo a técnica capaz de sintetizar, a partir da data de nascimento, as oscilações do comportamento físico, emocional e intelectual das pessoas em cada dia do ano.
Ao combinar esses ensinamentos, Olaia desenvolveu análises dos 23 jogadores convocados por Luiz Felipe Scolari. Seu método, conhecido como ciclobiologia, o deixa em posição confortável para sugerir, por exemplo, a substituição de Marcos por Dida no gol e a troca do zagueiro Edmílson por Anderson Polga. “O goleiro preferido por Felipão está no inferno astral. O mesmo acontece com Edmílson. Ele pode sofrer uma contusão no início do campeonato e desfalcar o time”, explica.
Olaia aposta todas as fichas no poder dos astros e arrisca uma escalação ideal (leia quadro acima). Para ele, até o volante Vampeta deve sair do banco e assumir a lateral direita, sua antiga posição. “Cafu e Belletti nasceram em junho e só ficarão livres de complicações após o aniversário. Cafu corre risco de contusão e é melhor poupá-lo para a segunda fase”, alerta o especialista.
O jogo de entra-e-sai proposto por Olaia fica mais divertido quando o conjunto do time é analisado. Para ele, o aquariano Juninho Paulista deve assumir definitivamente a posição de Kléberson, como vem acontecendo. Primeiro porque Kléberson está na mesma ladeira astral de Cafu, Beletti e Edmílson. Segundo, porque jogadores aquarianos tornam-se imbatíveis ao lado de virginianos, como Ronaldo e Denílson. “Mas é essencial conhecer o goleiro adversário antes de fechar o time. Um goleiro de escorpião pode anular as investidas dos virginianos. Da mesma forma que um de gêmeos anula os chutes de arianos como Rivaldo”, ensina.
Ainda bem que, pelo menos na primeira fase, não haverá esse risco. O goleiro da Turquia é taurino, o da China é canceriano e o da Costa Rica, virginiano. Entre Rivaldo e Denílson, no entanto, Olaia prefere Denílson, apesar de ambos apresentarem ciclos semelhantes. “Os dois estréiam bem contra a Turquia, serão fisicamente desfavorecidos nos dois jogos seguintes, mas recuperam o ritmo a partir das oitavas. Rivaldo, porém, vive hoje um período de crise emocional e voltará a vivê-la na final.”
O astro Ronaldo não preocupa. “Ele não vai amarelar desta vez. Vive um período difícil entre os dias 12 e 25, mas estará no auge se for para a final”, garante. Boa notícia para quem acompanhou com o coração na mão a derrota por três a zero na final de 1998 contra a França. Aliás, Olaia faz questão de tranquilizar a torcida: este ano, ninguém precisa temer o craque Zidane, nem os atacantes Crespo, da Argentina, e Vieri, da Itália. “Zidane e o goleiro Barthez, da França, estão em um péssimo momento. Não foi à toa que o atacante se machucou e ficará fora da estréia. Crespo e o goleiro Kahn, da Alemanha, também correm risco de se machucarem, assim como o espanhol Raul e o italiano Vieri”, aposta. A torcida verde-amarela agradece.