Assista ao vídeo em que Carlinhos descreve seu novo trabalho:

IstoE_Carlinhos_255.jpg

 

 

 

chamada.jpg
JOVEM SENHOR
Aos 60 anos, Carlinhos Vergueiro fala de amor,
tempo, vida, sonhos e planos para o futuro

Nelson Cavaquinho, em seu samba intitulado “Rugas”, cantava: “Se eu for pensar muito na vida, morro cedo, amor.” É com tal ensinamento de Nelson, um dos parceiros mais ilustres de sua carreira, que o cantor e compositor Carlinhos Vergueiro vive seus 60 anos de idade. Com novo disco na praça,“Vida Sonhada”, o primeiro de composições inéditas em nove anos, ele só para de pensar em música quando está jogando futebol – fato que acontece religiosamente três vezes por semana. “Costumo dizer que desde que nasci eu faço samba e jogo bola”, disse o compositor à ISTOÉ.

Parceiro, ao longo de sua carreira iniciada em 1973, de uma interminável lista de celebridades do samba, como João Nogueira, Paulo Vanzolini, Cartola e Chico Buarque, Vergueiro manteve a “jovialidade dos 20 anos de idade”, como gosta de dizer, ao escolher com quem trabalhar em seu novo CD, priorizando pessoas com quem conviveu no início da vida artística. A começar pelo produtor musical Aloísio Falcão, que o ajudou em diversas decisões, entre elas a escolha de repertório. “Tivemos o mesmo problema que um bom técnico de futebol gosta de ter quando possui muitos bons jogadores, que é o de selecionar quais serão titulares. Para eleger as canções que entrariam no disco foi a mesma coisa”, diz ele, cotejando novamente o samba e o futebol. “No final, percebi que as dez músicas criam uma unidade falando de amor, tempo, vida e sonhos.”

01.jpg

Outra convocação que veio do tempo em que venceu o Festival Abertura, da Rede Globo, em 1975: J. Petrolino, seu primeiro parceiro. A dupla assina metade do disco. Como talento é o que não falta à sua família, as composições “Sem Refrão” e “Passa Amanhã” contam com versos de sua filha, Dora Vergueiro. “Ela é minha mais nova parceira”, diz o sambista, que se dedicou à parte musical e deixou para os outros a missão de colocar letras. “O jeito de compor varia muito, mas este disco funcionou desta forma, eu fazendo melodias e os parceiros os versos.” 

Paulista que mora no Rio de Janeiro e amigo de tantos bambas das duas cidades, como ele definiria seu samba cheio de classe e gingado? “Costumo dizer que sou ‘paulioca’, ou seja, metade de cada”, diz o torcedor simultâneo do São Paulo e do Fluminense. “Não sei definir o meu estilo, gosto é de música boa.” Como disse Adoniran Barbosa: “Samba é samba”. Assim vive e trabalha Carlinhos Vergueiro com a tranquilidade de um artilheiro que dribla o goleiro e fica na cara do gol.