Até há pouco tempo, temas como genoma, tecnologia da informação e nanotecnologia eram restritos às rodas de iniciados. Uma das responsáveis por levar a ciência para as conversas do final de semana foi a revista Pesquisa Fapesp, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que comemora o centésimo número com uma edição especial, de 170 páginas. A principal reportagem mostra o avanço das pesquisas brasileiras na última década e seu reflexo no cenário mundial, como o aumento dos trabalhos publicados em revistas
científicas. Também destaca pesquisas sobre doenças tropicais e propostas
para aliar ciência e empresa, além de contos de sete escritores como Millôr Fernandes, Moacyr Scliar e Ruy Castro.

“Temos enorme preocupação de traduzir artigos científicos para uma linguagem que o público leigo e bem informado entenda”, diz Mariluce Moura, diretora de redação. Para ela, um dos motivos do sucesso da revista é a abrangência nacional dos temas. “O interesse de pesquisadores e estudantes de outros Estados fez com que lançássemos a revista para ser vendida em bancas e por assinatura”, diz. No início, a revista publicava apenas pesquisas da Fapesp. Hoje, mais de 50% dos trabalhos são de fora de São Paulo e só 7% das notícias, internacionais. “Nosso papel é mostrar que existe ciência no Brasil. Na maioria das vezes, com aplicação social”, afirma Mariluce.