09/11/2012 - 21:00
Há sólidas razões para se acreditar que a reeleição de Barack Obama à Presidência dos EUA trará benefícios concretos para o mundo como um todo. A começar pela garantia de continuidade de um projeto de recuperação daquele país – e, por tabela, de todos os demais que dele dependem e seguem a reboque. Os números e resultados dos primeiros quatro anos de Obama à frente da nação mais rica do planeta são visíveis. A economia, mesmo que de maneira lenta e gradual, voltou ao trilho do crescimento. Há 32 meses consecutivos, a taxa de geração de postos de trabalho vem subindo, após longa temporada recessiva na qual o País mergulhou, quando perdia cerca de 800 mil empregos ao mês. Quase 30 milhões de americanos foram incorporados ao sistema de saúde graças ao corpo a corpo empreendido pessoalmente por Obama junto ao Congresso para aprovar uma nova legislação nesse sentido. O planeta respirou aliviado com os gestos de pacificação do líder, que fez significativos recuos na política belicista de seu antecessor Bush e mesmo assim colheu vitórias representativas – como a morte do terrorista Osama Bin Laden. Obama também lançou acenos de aproximação, como o da promessa do fim de vistos de entrada, com o Brasil. Receptivo a entendimentos e despido da armadura de “grande salvador” que o seu opositor Mitt Romney – repleto de promessas vagas – tentava assumir, Obama empreendeu um racionalismo na gestão administrativa que livrou os EUA do colapso iminente. O setor automobilístico, por exemplo, um dos pilares daquela indústria, recuperou vigor. No comércio bilateral, grandes acordos – como no caso do etanol e da soja –, que significam maior abertura de mercado, vêm sendo firmados. Contra a escalada do conservadorismo interno, ele abraçou causas ousadas, tal qual a do casamento homossexual, do aborto e dos direitos de imigrantes. Obama postou-se sempre, claramente, a favor das liberdades civis. Bem diferente de seu opositor, que chegou a falar em programas de aceleração das deportações e em fim dos “privilégios” de quase 47% dos americanos que, nas suas palavras, “vivem à custa do governo” – nesse universo incluídos aposentados, pensionistas e desempregados. Obama, que provou sua liderança mesmo nas adversidades e conduziu com serenidade a crise do furacão Sandy, parece enxergar o mundo e os EUA, em especial, como eles são: repletos de imperfeições crônicas, mas cujas saídas são possíveis desde que buscadas com convicção e planejamento.