Morre “O Gênio” Ray Charles

vida de Ray Charles, americano nascido na Geórgia, começou-lhe dura. Filho de uma família muito pobre, aos sete anos um glaucoma lhe roubou a visão. Aos 15 anos ele perdeu a mãe. Aprendeu a ler em braile com muita dificuldade, mas foi numa escola para cegos que Ray Charles sentiu o primeiro toque da felicidade: o gosto por instrumentos musicais.

“Nunca gostei de violão pois sempre o associei aos cegos que tocam esse instrumento e despertam muita piedade”, disse ele muitos anos depois. Assim, desde a adolescência a sua paixão foi o piano. Ray Charles gravou o seu primeiro disco aos 19 anos e teve o seu nome na lista dos dez mais vendidos do rhythm and blues com a música Baby let me hold your hand. Daí para a frente o seu brilho só aumentou. Incorporando à sua obra elementos do gospel, soul, jazz e blues, ele foi um dos artistas mais influentes da música popular americana – daí o seu apelido, The Genius (O Gênio). Os seus maiores sucessos são Hit the road Jack, Georgia on my mind, I got a woman e What´d I say. “Eu não poderia viver um minuto sem música”, costumava dizer o ídolo que se exibiu no Brasil em sete ocasiões. Ao longo de 17 anos ele foi dependente de heroína, mas conseguiu se livrar da droga. Ray Charles morreu na quinta-feira 10 em sua casa de Beverly Hills, na Califórnia. Tinha 73 anos e foi vítima de uma doença no fígado.

O toque do cego

Ray Charles se recusava a usar bengalas ou cães-guia, preferia orientar-se pelo relevo do chão. Houve até quem achasse que a sua cegueira era um golpe mercadológico já que ele costumava pilotar bicicleta, moto e até carros. Fazia isso com a orientação de co-pilotos que lhe avisavam das curvas no caminho. Os seus dedos mágicos sabiam tocar tão bem as teclas de um piano quanto um pulso feminino. “Não preciso fazer como os outros cegos, que bolinam a mulher para saber como ela é. Somente pelo pulso eu fico sabendo se é a mulher que eu quero”, repetia Ray Charles.

O descanso de Rosinha

A violonista Rosinha de Valença, 62 anos, morreu na quinta-feira 10 após permanecer em estado de coma durante 12 anos devido a uma paralisia cerebral. Ela era considerada uma das maiores violonistas do País e gravou o seu primeiro disco em 1963. Rosinha de Valença apresentou-se ao lado de estrelas da MPB como Maria Bethânia, Nara Leão, Eliana Pittman, Sergio Porto, Quarteto em Cy e Martinho da Vila. Nascida na cidade de Valença, no interior do Rio de Janeiro, ela estava sendo tratada em casa. Foi internada com urgência na quarta-feira 9 no Hospital Escola Luiz Gioseffi Jannuzzina e faleceu de insuficiência cardiorrespiratória.

ISTOÉ

Visitaram ISTOÉ onde foram recebidos pelo editor e diretor responsável da Editora Três, Domingo Alzugaray: