Os especialistas ouvidos para a
matéria de capa desta edição
foram unânimes. Para fazer dinheiro há que se trabalhar muito. O que
por si só, e basta olhar em volta,
não garante o sucesso. Mas
assegura dignidade e auto-estima. Sem suor, só fortuna herdada ou roubada. Alguns felizes milionários ouvidos por Rita Moraes aconselham também boas doses de persistência e otimismo. Ter prazer no
que se faz ajuda bastante, dizem eles, e, se isso não enriquece
por fora, engrandece por dentro. O que também é muito bom.

Os jornalistas Mário Simas Filho, Sônia Filgueiras e Weiller Diniz, que denunciaram a Conexão Nordeste – o esquema de lavagem de dinheiro que envolve políticos e figurões –, contam nesta edição o que a Procuradoria-Geral da República e o Banco Central já têm em mãos
sobre as empresas envolvidas no escândalo e a dinheirama por elas movimentada. Uma fortuna que certamente não foi herdada.

Já a editora-assistente de Internacional, Kátia Mello, não é milionária, mas trabalha muito. Na semana que passou, ela esteve na Venezuela para ver de perto as conturbadas manifestações de rua que por lá
estão acontecendo. Durante sua estada, a situação deteriorou-se
a ponto de o presidente do país vizinho cancelar sua vinda para o encontro do Mercosul em Brasília. Persistente, Kátia conseguiu uma quase impossível entrevista com Hugo Chávez. Nela, o presidente venezuelano falou muito e até cantou. Disse estar sendo, mais uma
vez, vítima de tentativa de golpe de Estado, ressaltou a importância
de Lula para a América Latina e entoou, para os perplexos ouvidos
de Kátia, uma canção de seu cantor favorito, Roberto Carlos.

Trabalho foi também assunto para a editora de Economia, Célia Chaim, uma jornalista que gosta do que faz. Ela foi a campo e conversou com empresários e economistas sobre a redução da jornada e seus impactos. Sistema em uso na França e na Alemanha, ele é defendido pelo novo governo e pode ser uma solução para o aviltante desemprego que enfrentamos. A conclusão da reportagem é que, se bem negociada e
bem conduzida, a redução da jornada de trabalho pode abrir mais vagas, diminuir o número de desempregados, agregar dignidade, auto-estima
e poder de compra, com a consequente ampliação de mercado.

Por falar em trabalho, sucesso e dinheiro, a revista ISTOÉ DINHEIRO
aqui da Editora Três, publicação semanal sobre economia e negócios dirigida por Carlos José Marques, ganhou o cobiçadíssimo Prêmio Caboré como o Veículo de Comunicação do Ano 2002, promovido pela revista Meio & Mensagem. E, de novo, tudo isso graças a muito trabalho.