12/12/2002 - 10:00
Salários comprimidos, dólar acima de R$ 3,50 e ingredientes importados com preços na estratosfera. O brasileiro certamente vai aproveitar
as festas de Natal e de Ano-Novo para incluir, na lista de pedidos, os votos de que o novo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ajude a amenizar parte desses problemas. Para que esses desejos sejam bem direcionados ao céus, a ordem neste
fim de ano, na avaliação de muitos dos importantes chefs
do País, é comemorar com pratos de sotaque tipicamente brasileiro.
O momento é ideal para abandonar os importados capazes de
abalar economias domésticas, contas bancárias e, não raro, a flora intestinal em meio ao calor impiedoso de dezembro.
“A melhor opção para a família brasileira neste momento é aderir a
uma ceia no melhor estilo ‘Lulinha Paz e Amor’: brasileira, colorida, saborosa e sofisticada”, ensina Toninho Mariutti, proprietário e chef-diretor de um dos mais requisitados bufês de São Paulo. “O próprio presidente eleito, que cozinha bem e gosta de elaborar pratos de sabor acentuado, é uma referência”, completa ele. Na ceia organizada com exclusividade para ISTOÉ, Mariutti reuniu todas essas características ideais para uma refeição de final de ano. Se o leitor quiser mergulhar nessas sensações, eis o caminho das pedras. Basta reproduzir. Se 2003 não puder ser tão saboroso quanto as maravilhas produzidas pelo
talento do chef Mariutti, que pelo menos seja mais leve.
Arroz de carne-Seca com amendoim |
1 cebola bem picada
100 g de manteiga
1/2 kg de carne-seca cozida e desfiada
2 dentes de alho bem picados
2 xícaras de arroz parboilizado
1/2 xícara de salsa e cebolinha verdes picadas
400 g de milho verde
300 g de amendoim torrado
e sem pele, de preferência sem sal
e grosseiramente picado
Para a guarnição:
2 maços de couve cortados fino
óleo para fritar
Em metade da manteiga, refogue a cebola e acrescente a carne-seca desfiada. Reserve. Em outra panela, coloque o restante da manteiga e frite o alho. Junte o arroz e tempere a gosto. Acrescente o milho, a água em quantidade necessária e deixe cozinhar. Adicione a salsa, a cebolinha e metade do amendoim. No final, misture a carne. Para finalizar o prato, frite a couve. Na travessa, coloque o arroz e faça a guarnição com a couve e o restante do amendoim.
Pernil de porco com farofa
1 pernil de porco com 4 kg, limpo e temperado de véspera Bata no liquidificador todos os temperos e a cerveja, menos 1/2 kg de farinha de mandioca (biju) Frite bem o bacon em pedacinhos. Derreta a manteiga |
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Cheiro de festas |
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Brasil já é o quarto consumidor de panetones do mundo. Tanto que as grandes produtoras e até doceiras deixaram a tradição de lado e investiram na segmentação. Um exemplo é a Ofner, instalada há 50 anos em São Paulo, que, este ano, passa a comercializar a versão light do seu tradicional panetone (R$ 27). Com 27% a menos de calorias e 37% a menos de gordura, o sabor permanece fiel ao original. Líder do segmento no País, a Bauducco também investiu no panetone light (R$ 8,60). “Foram três anos de pesquisa. O resultado é leve e gostoso”, explica a gerente de marketing Ana Luiza Alves. A marca traz também novidades para as crianças. São os minipanetones inspirados no desenho As Meninas Superpoderosas (R$ 2,50). Há ainda latas projetadas pelo artista plástico Romero Britto (R$ 19).
As crianças também são o público-alvo da Visconti, que traz este ano o Chocotone Brigadeiro (R$ 6) e o minichocotone da turma do Sítio do Picapau Amarelo (R$ 2). Para quem não gosta de frutas cristalizadas, há o Panetone só com uvas passas (R$ 6). A Quaker, famosa por seus achocolatados, aproveitou a força da marca Toddy e lançou o Panetoddy (R$ 6,80). Para quem gosta de opções mais saudáveis, há o Panetone Quaker (R$ 6,10), com aveia na massa e na cobertura.
Laura Ancona