26/05/2004 - 10:00
Singh: pego de surpresa
A dinastia dos Nehru-Gandhi é uma espécie de família real da Índia. Não só apenas pelo carisma do nome (que não tem relação com o líder pacifista Mahatma Gandhi) como também por sua relação com o poder. Desde que a Índia se tornou independente da Grã-Bretanha em 1947, a dinastia Nehru-Gandhi comandou o país por mais de 37 anos. Em uma surpreendente vitória na quinta-feira 13, Sonia Gandhi, do Partido do Congresso, colocou fim ao governo do primeiro-ministro Atal Behari Vajpayee, do BJP (Bharatiya Janata Party – Partido do Povo Indiano). Mais inesperada ainda foi sua renúncia na terça-feira 17 assim que soube do resultado eleitoral. “Humildemente, eu declino do cargo de primeira-ministra, que nunca foi o meu objetivo político”, afirmou Sonia Gandhi. Italiana de nascimento, ela é viúva do ex-premiê Rajiv Gandhi, assassinado em 1989.
Com a desistência de Sonia para o cargo de premiê, as atenções se voltaram para Manmohan Singh, 71 anos, economista, ex-ministro das Finanças na década de 90 e tido como o pai das reformas econômicas que modernizaram a economia da Índia. “O século XXI será o século da Índia”, prometeu Singh. Pela primeira vez na história da maior democracia do mundo (670 milhões de indianos votaram), os dois mais altos cargos serão ocupados por minorias religiosas. O presidente Kalam é islâmico e o futuro primeiro-ministro Singh é sikh. A maioria da população é hinduísta.