05/05/2004 - 10:00
Missão: Margarida é uma das colaboradoras de Clara no trabalho de valorizar ações femininas
Garimpar pelo Brasil mulheres que lutam contra a desigualdade, a miséria ou a violência. Essa é a mais nova missão de Clara Charf, viúva de Carlos Marighella, morto em 1969 durante a ditadura militar. Conhecida ativista na área de direitos humanos, Clara é a coordenadora no Brasil do Projeto 1000 Mulheres Prêmio Nobel da Paz 2005, uma iniciativa da Fundação de Mulheres Suíças pela Paz, com sede em Berna. A proposta é selecionar em 225 países mil mulheres para um prêmio Nobel coletivo. Ao Brasil caberá indicar 31 delas. “Nunca se premiou tantas pessoas juntas, exceção feita a organizações. Vamos tornar visível gente que passa a vida lutando por uma causa. Pode ser líder comunitária, religiosa ou cientista”, explica Clara.
Clara conta com uma rede de apoio que inclui organizações não-governamentais espalhadas por todo o Brasil e personalidades como as sociólogas Clarice Herzog, Eva Blay e Margarida Genevois, a escritora Lya Luft e as atrizes Marieta Severo e Lucélia Santos. Mas sua maior dificuldade é a luta contra o tempo. O prazo para as indicações que era 30 de abril foi estendido para o fim de maio, mas chegar aos rincões de um país com a extensão territorial do Brasil é um grande desafio. “Há pessoas que nem sabem ler, mas realizam grandes tarefas. Queremos chegar até elas”, afirma Margarida Genevois, fundadora da ONG Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos.
Qualquer pessoa pode indicar uma candidata. Só não são aceitas auto-indicações. O conceito de luta pela paz inclui hoje todas as ações feitas em defesa da segurança humana, física ou psicológica, como promoção e defesa dos direitos humanos; proteção de crianças; eliminação da pobreza; preservação do meio ambiente; combate à violência e à discriminação; e à proliferação de armas. Após 31 de maio, uma comissão analisará as histórias coletadas. A identificação das brasileiras será mantida em sigilo até que haja a manifestação da instituição organizadora internacional sobre os mil nomes, o que está previsto para outubro. “Serão sorteadas três dentre estas mil para comparecer à cerimônia do Nobel. O prêmio, mais de US$ 1 milhão, será direcionado para um fundo em prol das iniciativas femininas pela paz”, explica Clara Charf. Desde a criação do Prêmio Nobel há 103 anos, apenas 11 mulheres foram valorizadas por suas iniciativas de proteção à vida.
Serviço
Formulário para inscrições: claramilmulheres@rnaves.com.br
Rua Santa Isabel, 137, 1º andar, sala 11 São Paulo – SP – CEP 01221-010