Usuário

Muito oportuna a reportagem “Drogas – apertando o usuário” (ISTOÉ 1803).
A Lei nº 6.368/76 – Lei de Tóxicos – concebida numa época em que imperava o regime militar no nosso país, considerando questão de polícia todos os aspectos ligados às drogas, levou a sociedade a ser benevolente com os usuários,
vendo-os como vítimas dos traficantes. Contudo, hoje essa tese não pode mais prevalecer. Os usuários de drogas – em sua maioria pessoas bem instruídas intelectualmente e de bom poder aquisitivo – são os responsáveis diretos pelo recrudescimento da violência urbana. Não se vendem substâncias entorpecentes se não houver quem as consuma. Quanto maior a quantidade de usuários, maior será a violência, o número de armas ilegais, a fuga de presídios e a disputa pelo controle dos pontos-de-venda. O legislador não pode mais conceder favores aos usuários e a polícia deve apertar cada vez mais o cerco contra eles, tratando-os como realmente devem ser tratados: “financiadores” da violência e responsáveis pela perda de milhares de vidas humanas.
Rubens Carlos Vieira
Porto Velho – RO

Fax Brasília

Com referência à nota na seção Fax Brasília, com o título “Uma guerra muito perigosa” (ISTOÉ 1802), quero fazer as seguintes considerações: 1) a reeleição das Mesas corre na Câmara dos Deputados sem qualquer interferência ou manifestação minha; 2) não estou descumprindo nenhum acordo com o senador Renan, meu amigo pessoal, que várias vezes tem me assegurado jamais existir qualquer disputa entre nós; 3) jamais tive com o senador Renan Calheiros qualquer diálogo ríspido a respeito desse assunto; não há hipótese de qualquer atrito, desavença ou até disputa entre nós; seu informante não foi veraz; 4) a frase “Então vamos acabar mal. Você veta o meu nome e eu veto o seu” jamais existiu ou existirá; 5) minha candidatura a presidente do Senado em 2003 atendeu a um desejo de todas as áreas representativas do Senado e do próprio presidente da República e não me consta ter sido objeto de qualquer negociação. Se compromissos existiram devem ser cobrados, com minha solidariedade, com quem os assumiu.
José Sarney
Presidente do Senado Federal
Brasília – DF

Juros

É preciso que o Brasil e outros países emergentes se aliem e criem mecanismos de forma a estancar a entrada dos “capitais voláteis apátridas”, que apenas buscam sangria do capital nacional através da provocação de juros extorsivos para aumento incomensurável da riqueza dos seus sócios. Também essa história de risco Brasil só acontece às vésperas de vencimento de títulos públicos nacionais. Quem sabe, talvez houvesse uma forma de se acionar jurídica e internacionalmente esses bancos para que indenizem o País pelos prejuízos causados com suas desastradas afirmações. Eles estão em guerra e nós é que pagamos a conta. “Pé no freio lá, derrapada aqui” (ISTOÉ 1803).
Osman Beltrão
Olinda – PE

Sylvia Mendonça do Amaral

Parabéns à equipe ISTOÉ por seu comprometimento político e social. A edição 1802 traz dois assuntos polêmicos de forma clara e objetiva: a entrevista “Bandeira do arco-íris” com a advogada Sylvia Mendonça do Amaral sobre os direitos dos homossexuais, num país tão cheio de falsos moralismos, e o retrato da desigualdade social no Rio de Janeiro com a reportagem “Vazio de poder”: o resultado é o que se vê todos os dias. Isto é uma revista de verdade!
Suzanna Nunes
Florianópolis – SC

Guerra na Rocinha

Na Rocinha passou a vigorar o que o filósofo inglês Thomas Hobbes classificou como “estado de natureza”. Prevalece do uso da força e a ausência do Estado, que teoricamente detém o monopólio do uso da força. Faltam às autoridades legitimamente constituídas um choque de realidade, para que possam sair desta letargia que se transformou a questão da segurança pública nacional. Portanto, cabe a todos nós cobrarmos das autoridades ações concretas no que se refere à questão de segurança pública, visto que as eleições de outubro estão chegando. “Vazio de poder” (ISTOÉ 1802).
Lander das Dores Silva
Belo Horizonte – MG

Televisão

Ao ler a reportagem, fiquei muito triste, porque casos como o de Solange são para envergonhar o País, não para se tornar motivo de piada. Como um país espera crescer e se tornar desenvolvido se os cidadãos riem da miséria brasileira? “Senhora Creyson” (ISTOÉ 1802).
Fátima Mustafa Ammar
Brasilia – DF

Acne

Na reportagem “De cara limpa”, edição 1801, ISTOÉ publicou a informação de que a Minancora pode provocar irritação na pele para quem tem problemas de cravos e espinhas. Muito estranhamos essa informação, pois a pomada Minancora mantém-se no mercado há 89 anos, justamente pela qualidade da sua formulação e pela eficácia dos resultados conquistados. A ação para tratamento de espinhas e outras afecções cutâneas da Minancora, bem como a sua não-irritabilidade na aplicação, é comprovada em testes de segurança e de eficácia realizados por institutos como Adolfo Lutz, Planitox, Unicamp, Allergisa e Escola Paulista de Medicina. Esses laudos técnicos, atualizados periodicamente, encontram-se à disposição para consulta dos órgãos competentes e o produto está devidamente regularizado junto à Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Não entendemos por que cosméticos de outras marcas foram indicados na matéria com a condescendência de que “auxiliam no combate à acne, mas não eliminam o mal pela raiz” e a pomada Minancora, que tem as mesmas indicações, foi a única a ser citada de forma pejorativa e negativa. Também consideramos sem propósito a comparação entre a pomada Minancora, dermatologicamente indicada para o tratamento de cravos e espinhas, e pasta de dente, produto sem nenhuma relação com o assunto.
Minancora & Cia. Ltda.
Dra. Lourdes Maria Doria Duarte
Diretora comercial financeira
Joinville – SC

ISTOÉ responde: Especialistas consultados pela revista sustentam que a pomada Minancora não é recomendada para o tratamento de acne. A afirmação é feita pelos médicos Márcio Rutowitsch, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Malba Bertino, mestre pela Universidade de São Paulo e integrante das Sociedades Brasileiras de Dermatologia e de Cirurgia Dermatológica, Erasmo Tokarski, há 20 anos integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia, e Mônica Aribe Fiszbaum, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia desde 1987 e da Academia Americana de Dermatologia desde 1994

Porão da ditadura

A respeitável revista ISTOÉ 1798, no quadro “As garras da ditadura”, de Luiz Cláudio Cunha, escreveu: “Em agosto de 1981, a equipe acertou. Posseiros da Pastoral da Terra reagiram a bala à tentativa de retomada de uma fazenda em São Geraldo do Araguaia (PA). Um pistoleiro morreu e um delegado da Polícia Federal foi ferido com um tiro na cabeça.” Como estudante de jornalismo e filho do delegado federal acima mencionado, hoje aposentado em decorrência dessa armadilha, gostaria de ajudar a esclarecer o fato em questão: primeiro os posseiros a nada reagiram. Na manhã do dia 13/8/81, na casa do pai de um dos posseiros, o delegado José Alan-Kardek Barbosa Costa, em companhia de agentes federais e dos técnicos Getat (Grupo Executivo das Terras do Araguaia e Tocantis), fez um acordo com os posseiros: na manhã seguinte reunir-se-iam na sede do Getat em São Geraldo para resolverem a questão. Traindo o acordo firmado, esses posseiros, na tarde do mesmo dia, quando o delegado e sua equipe retornavam para São Geraldo, armaram uma emboscada e de dentro do mato, onde se escondiam, dispararam suas armas de fogo. Feriram gravemente três agentes federais e o delegado, meu pai, com um tiro na cabeça; segundo, no “jipe” em que viajava o meu pai, seguia também, no banco de trás do lado esquerdo, o gerente da fazenda e não um pistoleiro como informa o nobre jornalista. O gerente morreu porque carregava no colo e tinha os braços sobre o mesmo, um violão. Desta forma, como a emboscada foi armada do lado esquerdo da trilha em que viajavam, os projéteis alojaram-se facilmente no seu coração, fulminando-o. As informações acima mencionadas foram colhidas diretamente com o meu pai, o delegado José Alan-Kardek Barbosa Costa, hoje aposentado, diretor regional da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal – DR/ADPF/ES.
Alan-Kardek Rodrigues Costa
Vitória – ES

Governo

Na reportagem “Núcleo mole” (ISTOÉ 1797), a revista atribuiu ao deputado estadual Marcelo Candido (PT-SP) uma frase que não é de sua autoria. Segundo a reportagem, Candido teria mandado um “recado a Lula” e dito: “Companheiros, vou para a rua e explico até o caso Waldomiro. Mas não dá para ir para a porta da fábrica com desemprego.” Candido nunca fez esta afirmação, nem para a ISTOÉ nem em fóruns do partido. Também ao contrário do publicado, Marcelo Candido não é um “veterano sindicalista”. Ele tem 34 anos e iniciou sua militância política no movimento estudantil e nas Ceb’s (Comunidades Eclesiais de Base) de Suzano. Hoje, cumpre seu primeiro mandato como deputado estadual em São Paulo. É importante salientar ainda que Candido desconhece a origem dessa informação e também não foi procurado por ISTOÉ para confirmar a sua veracidade antes do fechamento da reportagem.
Silmara Helena da Silva
Assessoria de imprensa do Deputado estadual Marcelo Candido (PT-SP)
São Paulo – SP