05/05/2004 - 10:00
Aldo ou Dirceu: um volta para a Câmara
A decisão do PMDB de fechar questão contra a reeleição do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), está sendo vista no governo como uma pá de cal nas pretensões dos dois. A guerra entre Sarney e o líder do PMDB, Renan Calheiros, por conta dessa decisão, deixa de cabelo em pé o Palácio do Planalto. Mas a saída de João Paulo do cargo é vista como uma solução definitiva para outra encrenca em que o governo se meteu: o caso Waldomiro. É que, devido ao escândalo, Aldo Rebelo assumiu o cargo de coordenador político do Palácio do Planalto e começou a disputar espaço com o ministro José Dirceu. Agora, tanto Dirceu como Aldo podem deixar o governo e reassumirem suas cadeiras de deputados federais. Um deles seria o candidato do governo à sucessão de João Paulo no comando da Câmara. O preferido de Lula para o posto é Aldo Rebelo. O preferido do PT, naturalmente, é José Dirceu.
Novo partido?
Já há no governo quem defenda como solução, para manter José Sarney na base governista, a união definitiva entre ele e seu velho amigo, o dissidente pefelista Antônio Carlos Magalhães. Os dois iriam para um mesmo partido. Se o tucano Tasso Jereissati topar, poderia até ser fundada uma nova legenda.
Pedido ao ex-chefe
O sindicalista Antônio Clóvis trabalhou no gabinete do então deputado Luiz Inácio Lula da Silva durante a Constituinte (foto à dir.). Demitido durante as greves dos Correios nos anos 80, ele diz que no último encontro com o ex-chefe (foto à esq.) pediu que se cumpra a lei que anistiou dois mil daqueles funcionários. E Lula teria garantido que o impasse será resolvido.
Saldo zero
Os dirigentes das grandes agências internacionais avaliadoras de risco informaram à equipe do ministro Antônio Palocci: os formidáveis saldos da balança comercial não têm nenhum efeito na redução da vulnerabilidade externa do Brasil. Todos avaliam que esses saldos sumirão assim que a economia começar a crescer.
Rápidas
• Jader Barbalho voltou. Foi ele quem mais trabalhou a favor de Renan Calheiros na Executiva Nacional do PMDB. Depois riu à vontade, com Geddel Vieira Lima, da guerra entre Renan e Sarney.
• Do deputado Geddel Vieira Lima sobre informação dessa coluna de que será candidato a líder do PMDB: “Isso quem está espalhando é o Renan Calheiros. Ele é quem quer desestabilizar o atual líder (José Borba). Eu mesmo ainda não decidi.”
• Em tempo: José Borba foi indicado para líder pelo ministro das Comunicações, Eunício Oliveira. Além de Sarney, Eunício é outro com quem Renan quer disputar o controle do PMDB. E Geddel joga um contra o outro para tocar fogo no circo.
• O procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, promete para esta terça-feira 4 o parecer sobre o mandado de segurança dos senadores Pedro Simon e Jefferson Peres, que obriga o Senado a instalar a CPI do caso Waldomiro.
• “Fullgás” é o apelido que os deputados mais descolados do plenário estão dando ao líder do governo, Professor Luizinho. Dizem que nunca viram um parlamentar com tanto gás na defesa do governo.