Procedimento que tem devolvido o sorriso perfeito a muita gente, o implante dentário evoluiu nos últimos anos e ganhou espaço nos consultórios. A última boa notícia sobre esse tratamento é que especialistas estão usando as versáteis células-tronco para acelerar a formação de massa óssea da boca e produzir resultados bem melhores. A colocação de novos dentes depende da inserção de um parafuso de titânio nos ossos da mandíbula e da maxila. Por isso, é fundamental a existência de uma boa quantidade de osso no local onde será introduzido o implante. “Se houver deficiência, não é possível fixar implantes ou próteses”, explica o especialista Gilson Beltrão, de Porto Alegre. O problema é que cerca de 80% das pessoas que buscam os implantes têm perdas ósseas e precisam repor essa massa. Se não o fizerem, os implantes ficam expostos, dando a impressão de que os dentes são grandes e desproporcionais. “Nestes casos, o risco de o tratamento não dar certo é grande”, explica José Vicente Contatore, de São Paulo. As células-tronco ajudam a recuperar as perdas ósseas.

Até pouco tempo atrás, o método mais usado para repor essas falhas eram os enxertos realizados com ossos retirados da boca, dos quadris ou das costelas. O novo método usa um gel composto de pequenas amostras do osso do próprio paciente e plasma, uma parte do sangue rica em plaquetas, as células responsáveis pela coagulação. “Esse gel, inserido nos espaços, funciona como matriz para a formação de um novo tecido ósseo”, explica Roberto Lotufo, presidente da Sociedade Brasileira de Periodontia.

Além do gel, os especialistas colocam uma membrana feita de proteínas para proteger o local. Agora, há uma nova, desenhada pela engenharia genética para
ser compatível com a superfície dos ossos, que atrai para a região células-tronco mesenquimais, capazes de criar novos tecidos ósseos. Finíssimas e com cerca
de 2,5 centímetros de comprimento, são colocadas entre a gengiva e o gel. De acordo com Contatore, o uso deste recurso, ainda experimental, abrevia o tempo
de recuperação dos ossos de seis meses para três meses. O custo das inovações ainda é elevado. O implante de um dente com o uso do gel custa entre R$ 2 mil
e 5 mil. E cada membrana sai por cerca de R$ 7,9 mil. Mas, às vezes, um belo sorriso vale o sacrifício