Sete anos após os protestos que derrubaram o ex-presidente Fernando De La Rúa, a classe média argentina volta às ruas de Buenos Aires contra a crise rural que se arrasta no país – e bate panelas contra o governo de Cristina Kirchner. As manifestações começaram quando houve aumento da tributação sobre a exportação de grãos. O objetivo era aumentar o abastecimento do mercado interno e redistribuir os lucros do setor. Não deu certo. Os produtores fecharam rodovias. Resultado: a produção agrícola deixou de escoar, prateleiras esvaziaram e a inflação subiu – em dez dias, o preço da cesta básica disparou 12,5%. Na terçafeira 25 a presidente Cristina chamou o protesto rural de “piquete de abundância”. Foi o suficiente para a classe média recorrer ao panelaço. A presidente tem forte apoio popular e seus partidários também saíram às ruas. Houve confrontos e pelo menos três pessoas ficaram feridas.