09/08/2002 - 10:00
Troca de telefonemas irados na cúpula do PMDB. O presidente do partido, Michel Temer, ligou para o ex-assessor do Palácio do Planalto, Moreira Franco, dizendo cobras e lagartos do governo. Moreira telefonou para o líder peemedebista na Câmara, Geddel Vieira Lima, também tiririca da vida. Geddel idem, idem. Motivo: a federalização da companhia elétrica de Goiás. A única exigência dos peemedebistas goianos para apoiar a candidatura do José Serra a presidente, na convenção nacional do partido, foi que essa operação só ocorresse após as eleições. Adversários do governador tucano Marconi Perilo, os peemedebistas Iris Rezende e Maguito Vilela não queriam que a grana da federalização fosse usada eleitoralmente. Acordo fechado, os peemedebistas goianos votaram a favor da coligação nacional com o PSDB. “Sou testemunha do acordo, no Palácio do Planalto. Agora não entendo nada. Para fazer negociação política é preciso credibilidade. Confesso que estou muito assustado”, revela Geddel. O PSDB que se cuide. O troco pode vir a cavalo.
Laço collorido
O candidato do PPS a presidente, Ciro Gomes, se torce e retorce quando o comparam com Fernando Collor de Mello. Mas há coincidências no mínimo curiosas. O coordenador de marketing da campanha de Collor para governador de Alagoas foi importado de São Paulo. Trata-se do publicitário Lucas Pacheco, sócio na MCI de Einhart Jacome. Que vem a ser o marqueteiro da campanha presidencial de Ciro Gomes.
O desengavetador
Na reunião do Conselho Superior do Ministério Público, na quarta-feira 7, o engavetador-geral da República, Geraldo Brindeiro, foi acusado pelo procurador Moacir Filho de agir politicamente quando barrou a intervenção no Espírito Santo. Acuado, Brindeiro resolveu pedir todos os três processos que existem contra o governador capixaba, José Inácio Ferreira. No dia seguinte, já havia decidido denunciá-lo no processo que revela operações financeiras irregulares no banco do Estado, o Banestes, que emprestou R$ 2,6 mi para a campanha eleitoral do governador sem nenhuma garantia.
Pobres arapongas
A empresa carioca Fence, contratada a peso de ouro pelo Ministério da Saúde para rastrear grampos, é a nova vítima do episódio da arapongagem em cima da ex-governadora Roseana Sarney. O contrato de R$ 1,8 mi, muito alto para o tipo de serviço, começou a minguar. Até março deste ano, a empresa recebia R$ 125 mil mensais do governo. Após as denúncias de ISTOÉ revelando os escândalos da grampolândia, o dreno foi secando aos poucos. Em abril foram R$ 70 mil, em junho cerca de R$ 30 mil e agora em julho, magros R$ 16 mil.
Se a moda pega…
Prefeita da cidadezinha cearense de Limoeiro do Norte, dona
Ariovan Lucena resolveu radicalizar. Sem apoio da Câmara de Vereadores e sem ter como pagar a folha de funcionários, há dez dias governa o município com base em medida provisória que ela mesma editou. Sua assessoria jurídica jura que pode. Mas não se sabe de nenhum caso no Brasil.
Rápidas
• Plano de reestruturação da Varig. Em setembro junta-se numa só companhia aérea com a Nordeste e a Rio Sul, em caixa único. E devolvem 18 de seus aviões aos fabricantes.
• Há algum estremecimento na campanha do candidato tucano José Serra. A chefe da assessoria de imprensa, Andreia Gouveia Vieira, foi transferida de São Paulo para o comitê de Brasília.
• O presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE), diz que não é paranóico, mas não perde a chance de reclamar: “Alguns veículos de comunicação estão exagerando no apoio a José Serra.”
• O PFL encaminhou ao candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, uma pesquisa mostrando que, de cada quatro intenções de votos para Ciro, um é motivado pela atriz global Patrícia Pillar.