Fissura na aliança PSDB-PMDB

Troca de telefonemas irados na cúpula do PMDB. O presidente do partido, Michel Temer, ligou para o ex-assessor do Palácio do Planalto, Moreira Franco, dizendo cobras e lagartos do governo. Moreira telefonou para o líder peemedebista na Câmara, Geddel Vieira Lima, também tiririca da vida. Geddel idem, idem. Motivo: a federalização da companhia elétrica de Goiás. A única exigência dos peemedebistas goianos para apoiar a candidatura do José Serra a presidente, na convenção nacional do partido, foi que essa operação só ocorresse após as eleições. Adversários do governador tucano Marconi Perilo, os peemedebistas Iris Rezende e Maguito Vilela não queriam que a grana da federalização fosse usada eleitoralmente. Acordo fechado, os peemedebistas goianos votaram a favor da coligação nacional com o PSDB. “Sou testemunha do acordo, no Palácio do Planalto. Agora não entendo nada. Para fazer negociação política é preciso credibilidade. Confesso que estou muito assustado”, revela Geddel. O PSDB que se cuide. O troco pode vir a cavalo.

 

Laço collorido

O candidato do PPS a presidente, Ciro Gomes, se torce e retorce quando o comparam com Fernando Collor de Mello. Mas há coincidências no mínimo curiosas. O coordenador de marketing da campanha de Collor para governador de Alagoas foi importado de São Paulo. Trata-se do publicitário Lucas Pacheco, sócio na MCI de Einhart Jacome. Que vem a ser o marqueteiro da campanha presidencial de Ciro Gomes.

O desengavetador

Na reunião do Conselho Superior do Ministério Público, na quarta-feira 7, o engavetador-geral da República, Geraldo Brindeiro, foi acusado pelo procurador Moacir Filho de agir politicamente quando barrou a intervenção no Espírito Santo. Acuado, Brindeiro resolveu pedir todos os três processos que existem contra o governador capixaba, José Inácio Ferreira. No dia seguinte, já havia decidido denunciá-lo no processo que revela operações financeiras irregulares no banco do Estado, o Banestes, que emprestou R$ 2,6 mi para a campanha eleitoral do governador sem nenhuma garantia.

Pobres arapongas

A empresa carioca Fence, contratada a peso de ouro pelo Ministério da Saúde para rastrear grampos, é a nova vítima do episódio da arapongagem em cima da ex-governadora Roseana Sarney. O contrato de R$ 1,8 mi, muito alto para o tipo de serviço, começou a minguar. Até março deste ano, a empresa recebia R$ 125 mil mensais do governo. Após as denúncias de ISTOÉ revelando os escândalos da grampolândia, o dreno foi secando aos poucos. Em abril foram R$ 70 mil, em junho cerca de R$ 30 mil e agora em julho, magros R$ 16 mil.

 

Se a moda pega…

 

Prefeita da cidadezinha cearense de Limoeiro do Norte, dona
Ariovan Lucena resolveu radicalizar. Sem apoio da Câmara de Vereadores e sem ter como pagar a folha de funcionários, há dez dias governa o município com base em medida provisória que ela mesma editou. Sua assessoria jurídica jura que pode. Mas não se sabe de nenhum caso no Brasil.

Rápidas

Plano de reestruturação da Varig. Em setembro junta-se numa só companhia aérea com a Nordeste e a Rio Sul, em caixa único. E devolvem 18 de seus aviões aos fabricantes.

Há algum estremecimento na campanha do candidato tucano José Serra. A chefe da assessoria de imprensa, Andreia Gouveia Vieira, foi transferida de São Paulo para o comitê de Brasília.

O presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE), diz que não é paranóico, mas não perde a chance de reclamar: “Alguns veículos de comunicação estão exagerando no apoio a José Serra.”

O PFL encaminhou ao candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, uma pesquisa mostrando que, de cada quatro intenções de votos para Ciro, um é motivado pela atriz global Patrícia Pillar.