Insônia (em cartaz nacional a partir da sexta-feira 16) – Este terceiro trabalho do diretor inglês Christopher Nolan, de Amnésia, prova que seu cinema não se restringe ao truque de contar uma história ao contrário. Sua trama árida acompanha a policial Ellie Burr (Hilary Swank), que recebe em Nightmute, Alaska, o colega Will Dormer (Al Pacino) que vem de Los Angeles acompanhado do parceiro Hap (Martin Donovan) investigar um crime sexual. Para Dormer, que é insone, o fato de nunca escurecer em Nightmute naquela época do ano é uma verdadeira tortura, aumentada pelo fato de saber que Hap pode incriminá-lo numa investigação interna da polícia californiana. Afora o sério estudo da natureza humana, Nolan tem o mérito de explorar ao máximo a veia dramática de Pacino e de impedir que Robin Williams, no papel de criminoso, faça caretas ou passe o tempo falando asneiras. (L.C.)
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Gregório de Mattos (em cartaz em São Paulo, Rio e Salvador a partir da sexta-feira 16) – Logo na primeira imagem, em preto-e-branco, um susto. A jornalista Marília Gabriela surge vestida de freira, com os olhos arregalados, seguida pelo poeta Waly Salomão (Gregório de Mattos), como sempre uma explosão frenética de mãos e bocas. Eles são observados por uma segunda freira, ninguém menos que a atriz Ruth Escobar. Só faltou Caetano Veloso cantando “Triste Bahia, ó quão dessemelhante…”, para a loucura se instaurar de vez. Mas a cineasta Ana Carolina não chegou a tanto. Preparou um misto de crepe suave e acarajé apimentado que pode desagradar aos afeitos a jujubas hollywoodianas, mas que se revela apaixonante. Ambientada em cenários históricos da Bahia e do Rio de Janeiro, sua biografia do poeta do século XVII foge do convencional, apresentando o retratado através de ótimas dramatizações de seus poemas. (L.C.)
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