19/03/2003 - 10:00
Broadway, em Nova York, é conhecida como a Via das Luzes. O apelido, porém, perdeu todo o sentido no fim de semana passado, quando os letreiros dos teatros da região de Times Square foram desligados. O motivo foi a greve de músicos, uma tribo de mais de 15 mil pessoas, que ganha a vida fazendo ao vivo a trilha sonora das peças e musicais. Com a greve, prenunciavam-se tempos sombrios. Produtores teatrais procuraram acabar com a exigência da presença de músicos nos espetáculos, alegando “licença criativa” na escolha do número de pessoas na orquestra. Por uma antiga imposição
do sindicato local dos músicos, pelo menos dez pessoas devem ocupar
o fosso. O impasse deixou um enorme público a ver navios. As produções perderam US$ 4 milhões com o blecaute espetacular e a cidade – já no buraco financeiro deixado pelos atentados de 11 de setembro e pela recessão americana – teve de amargar um prejuízo de US$ 7 milhões.
Mas a hemorragia teria sido maior, não fosse a intervenção do prefeito Mike Bloomberg. Os músicos aceitaram a redução de níveis salariais
e os produtores engoliram a trupe obrigatória de dez instrumentistas.
Na terça-feira 11, a Broadway estava novamente iluminada
e literalmente dando show.