21/11/2002 - 10:00
Que bungee jumping, que nada! Emoção mesmo
é pular de uma plataforma a 50 metros do chão, sem elásticos, pára-quedas ou qualquer outro
tipo de suporte. Parece loucura, mas essa
prática existe e atende pelo nome de scad dive
(do inglês, mergulho profundo). Pois é isso
mesmo. O praticante é elevado por um guindaste até uma plataforma especial. De lá, salta 30
metros em queda livre e cai numa rede flexível instalada a 20 metros do chão. Gean Carlo Dora,
18 anos, tomou fôlego e se arriscou. “Quando cheguei lá em cima, senti um frio na barriga,
mas não pensei em desistir. É superemocionante”, disse o garoto, depois de recuperar a cor. Inventada por um grupo de jovens alemães adeptos de esportes radicais, essa modalidade
é sucesso nos Estados Unidos e na Europa e
agora chega ao Brasil, trazida curiosamente pela empresa Unilever, que pretende com isso promover sua nova linha de desodorantes masculinos. Até
o final de novembro, o scad dive pode ser experimentado só em São Paulo. Depois, viaja pelas principais capitais do País.
Se depender de adeptos, a moda por aqui também deve pegar. Afinal,
os brasileiros já mostraram que gostam de aventura. Desde 1996,
a prática de esportes radicais vem crescendo ao ritmo de 20% ao
ano. Dados da 10ª edição da Surf Beach Show, realizada este ano
em São Paulo, mostram, por exemplo, que há pelo menos dois milhões
de praticantes de surfe no Brasil. De olho nesse mercado, as universidades brasileiras começam a investir no segmento. A partir do
ano que vem, a Faculdade de Educação Física de Santo André (Fefisa), em São Paulo, terá cursos de pós-graduação em esportes radicais
e turismo de aventura. “Trouxemos a idéia de universidades da
Austrália e da Nova Zelândia. Pretendemos criar um intercâmbio
entre o Brasil e esses países, famosos pela prática desses esportes”, explica Ricardo Ricci, responsável pela implantação dos cursos.