02/08/2002 - 10:00
Maldade mesmo fez a TV Jangadeiro, pertencente ao ex-governador do Ceará Tasso Jereissati, na segunda-feira 29. Destacou uma repórter para pegar no pé do senador Sérgio Machado, candidato a governador pelo PMDB. Com os baixíssimos índices de Serra nas pesquisas de preferência do eleitorado cearense, a repórter insistia em associar a imagem do peemedebista à de seu candidato tucano à Presidência: “O senhor apóia mesmo o Serra? O que está achando do desempenho dele?”, perguntava. A cena que foi ao ar era risível. O senador não respondia e saía de fininho. A repórter corria atrás, sempre com as mesmas perguntas. Como Sérgio Machado, outros aliados notórios de Serra no Nordeste estão evitando grudar suas imagens à do tucano nos materiais de campanha. É o caso, por exemplo, do governador do Piauí, Hugo Napoleão. Mas a dupla de senadores alagoanos Teotônio Villela (PSDB) e Renan Calheiros (PMDB) passou dos limites. Os dois estão fugindo até de fotos jornalísticas. Na última reunião do comitê tucano à Presidência, em Brasília, Renan e Teotônio chegaram uma hora antes para o encontro e saíram pela porta lateral. Tudo para driblar os cliques dos fotógrafos.
Concorrência
Um dos mais conhecidos pontos turísticos de Brasília na era Collor, a Casa da Dinda, que estava decadente, acaba de ganhar uma vizinhança que vai alvoroçar os arredores. Os dois terrenos ao lado da propriedade da família Collor foram adquiridos por um banqueiro da jogatina. Vão abrigar uma imensa casa de bingo. Dizem que na inauguração será sorteado um Fiat Elba. Usado.
Desaprovação
A cúpula do PMDB não gostou da declaração de voto do ministro Pedro Malan no candidato tucano à Presidência, José Serra. Os caciques do partido consideram que esta simpatia de Malan num dos piores momentos do Real não é boa. O pessimismo tomou conta da direção peemedebista. Em suas reuniões internas, avaliam que a crise do dólar ainda vai gerar desemprego, exatamente às vésperas da eleição.
O primeiro impasse
Inconformados com a intenção do Banco do Brasil de tirar das mãos de Sérgio Rosa a diretoria de Participações, os diretores da Previ eleitos pelos funcionários vão fincar pé. Registrarão Rosa na chapa. Como o BB tem o mesmo número de representantes na diretoria – três de cada lado – o impasse vai para a reunião do Conselho Deliberativo, nesta segunda-feira 5. Pela primeira vez, o presidente, Rubens Rodrigues Filho (ex-diretor de Controle do banco), terá que usar seu voto de minerva.
Ciro linha-dura
De 31 oficiais da ativa e da reserva ouvidos pelo repórter de ISTOÉ no Rio Hélio Contreiras, esta semana sobre as eleições, 14 afirmaram que vão votar em Ciro Gomes, nove em José Serra, sete em Lula e apenas um em Garotinho. Ciro foi o único convidado a falar este mês para militares das três Forças Armadas, no Clube da Aeronáutica, com a presença em peso da fina flor da linha-dura.
Rápidas
• O Ministério do Desenvolvimento estuda perdoar as dívidas das empresas aéreas com o governo. São R$ 3 bilhões que estão sendo cobrados na Justiça.
• O procurador Luiz Francisco de Souza corrige o secretário do Tesouro dos EUA: “Eles não mandam o dinheiro para a Suíça. É mais para Cayman e Jersey.”
• José Dirceu amanheceu, na quarta-feira 31, na casa do ex-presidente José Sarney. Ouviu juras de amor, mas que o clã maranhense está dividido entre Lula e Ciro.
• Dona Ruth Cardoso está mesmo de corpo e alma na campanha de
José Serra. Não fosse isso, jamais teria se desmoronado de elogios
a Rita Camata.