A cabeça, de Luiz Vilela (Cosac & Naify, 136 págs., R$ 18) – Antes de colocar o ponto final em seus bem acabados contos, o escritor mineiro Luiz Vilela, 59 anos e mais de dez livros publicados, costuma lê-los de pé, sentado ou deitado, sempre em voz alta. Na busca da fluência de uma escrita enxuta, Vilela cria uma musicalidade que envolve o leitor aos poucos, à medida que seus personagens costuram conversas reveladoras. São situações prosaicas, mas que captam o fluxo da vida sob o véu das aparências. Entre as dez histórias curtas, todas sem um narrador preciso e construídas na forma do diálogo, destacam-se Luxo – na qual um arquiteto e um construtor discutem o tamanho do banheiro de empregada – e Calor, em que o tio enfermo e a sobrinha ninfeta desfrutam momentos de sedução mútua e perversa. (I.C.) Leia até o fim