Michael Schumacher, o homem de US$ 68 milhões por ano entre salários e contratos de marketing, é o maior piloto da Fórmula 1 em todos os tempos? Os que dizem sim alegam que números não podem ser contestados. A turma do não contra-ataca com o argumento de que a F-1 é uma soma de vários fatores – chassis, pneus, equipes, motores, orçamentos, estratégias com o segundo piloto – e é impossível ponderar todos eles com justiça em épocas diferentes. Não satisfeitos, acusam o alemão de ter corrido "sozinho", sem adversários à altura, nos últimos três anos, o que não teria ocorrido com Fangio, Clark, Stewart, Emerson, Prost, Senna e Piquet. Resta ao leitor comparar os números e tirar suas conclusões.

Retrato

Data e local de nascimento: 3 de janeiro de 1969, em Huerth-Hermuelheim (Alemanha)
Residência: Vufflens-le-Chateau (Suíça)
Altura: 1,74 m
Peso: 75 quilos
Esposa: Corina
Filhos: Gina Maria, cinco anos, e Mick, três anos
Profissão anterior: Mecânico
Esportes preferidos fora da F-1: É fanático por futebol (tem um time); gosta de esqui e mountain bike
Comida: Massa
Bebida: Suco de maçã
Cantores: Tina Turner e Michael Jackson

Eu sou curioso

 

Pela primeira vez, o título da F-1 foi decidido em julho.

A marca de Fangio resistiu 45 anos até ser alcançada.

Schumacher estreou na F-1 no GP da Bélgica de 1991. Substituiu, na Jordan,o belga Bertrand Gachot, preso em Londres por ter espirrado gás paralisante em um policial. Disse que conhecia a pista de Spa-Francorchamps, mas nunca havia pisado no circuito. Aceito, hospedou-se num albergue da juventude, fez o percurso de bicicleta antes dos treinos e largou em sétimo, à frente do colega de equipe, Andrea de Cesaris. Um problema na embreagem o fez abandonar a prova. Ayrton Senna venceu o GP. Na corrida seguinte, substituiu o brasileiro Roberto Moreno, onde ganhou seus dois primeiros títulos mundiais, em 1994 e 1995.

O alemão chegou 31 vezes em segundo lugar, 16 vezes em terceiro, sete vezes em quarto, seis vezes em quinto e quatro vezes na sexta colocação. Abandonou 18 vezes por causa de acidentes ou rodadas e, em outras 21, o carro quebrou. Além das 16 corridas seguidas com ponto, fez uma sequência de 13 no pódio e outra, também de 16, de corridas terminadas.

Schumacher venceu oito corridas em 2002 e ainda faltam seis para o final da temporada.

Em toda a sua carreira na F-1, ele liderou 3.437 voltas ou 15.945 quilômetros.

O piloto alemão é o mais jovem campeão mundial da F-1. Em 1994, quando conquistou o seu primeiro título, tinha 25 anos, dez meses e dez dias – 16 dias mais novo que o recordista anterior, o brasileiro Emerson Fittipaldi, bicampeão em 1972 e 1974.

Fala gato mestre

“Chorei sim. E muito. Estava comovido.”
Após a bandeirada em Magny-Cours.

“Obrigado, obrigado. Amo todos vocês, rapazes.”
Pelo rádio, ainda comovido.

“Te amo”
Para Ross Brawn, diretor técnico e estrategista da Ferrari. Ainda comovido.

“Esse costume não é segredo para ninguém, mas há muitas crianças assistindo à corrida. Não quero que elas me vejam fumando”.
Politicamente correto, explicando por que não comemorou a vitória na França fumando um charuto, como de costume.

“Não acho justa a comparação com Fangio. O que ele fez em seu tempo não é comparável ao que fazemos. O esforço dele era muito maior”
Sobre o penta, com humildade…

“Vou lutar pelo sexto título não para ser recordista, mas pelo prazer de correr. Vivo para isso. Amo o esporte, é o que mais gosto de fazer.”
Rumo ao hexa, com um pouco menos de humildade, porque ninguém é de ferro.

“Estatística é coisa para eu pensar quando parar de correr, olhando a lenha queimar na lareira”
Sobre os recordes. Com o desejo sincero de que todos acreditem

E ele quer mais…

"Se a gente continuar brincando, ele continuará ganhando"
Rubens Barrichello, que não estava para brincadeira. Mais uma vez, ele não largou por um erro da Ferrari