O Brasil vem melhorando seus índices de escolarização, saúde, saneamento e expectativa de vida, mas a concentração de renda ainda é uma das maiores do mundo. De acordo com o ranking mundial de Desenvolvimento Humano, divulgado pela ONU na terça-feira 23, o Brasil é o 73º colocado entre os 173 países pesquisados e o quarto pior do planeta no quesito distribuição de riquezas. Apenas Serra Leoa, República Centro-Africana e Suazilândia têm índices de concentração piores. Na América Latina, em situação melhor do que o Brasil em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) estão Argentina (34º), Chile (38º), Uruguai (40º), México (54º), Cuba (55º), Colômbia (68º) e Venezuela (69º). Em relação ao ranking do ano passado, o Brasil subiu duas posições, mas se mantém firme no triste grupo dos que não aprenderam a transformar a renda em bem-estar social.

Dados do Relatório de 2002, anunciado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostram que diminuiu o ritmo de crescimento do IDH brasileiro. De 1995 a 2000, ele foi de 2,7%. Entre 1990 e 1995, antes do governo Fernando Henrique, havia crescido 3,4%. O ranking de 173 países mede a qualidade de vida e é baseado no IDH. Além de computar o PIB “per capita”, é levado em conta indicadores de educação, baseados na alfabetização, no nível de matrículas e expectativa de vida. Pelo segundo ano consecutivo, o maior IDH do mundo é o da Noruega. Outro dado alarmante do levantamento é o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia no Brasil. O relatório apontou um aumento de 28,8% em relação a 1999. Isso mostra que quase 20 milhões de brasileiros se sustentam com essa quantia.