17/04/2002 - 10:00
A candidata Roseana Sarney está fora da corrida. Como previsto, os danos às suas pretensões presidenciais mostraram-se irreparáveis e foram ainda agravados por problemas pessoais, como a saúde precária de sua avó Kiola e a paralisante depressão do marido, Jorge Murad. Para onde irá o PFL agora? O repórter Weiller Diniz, da sucursal de ISTOÉ em Brasília, nos mostra que boa parte dos pefelistas está disposta a embarcar na candidatura Ciro Gomes. Uma incógnita lá no pelotão dos retardatários, o cearense nascido em Pindamonhangaba ainda não teve seu momento mágico na televisão. E, espertamente, está deixando para o meio da corrida o uso deste turbo que foi o responsável pelo chamado “fenômeno Roseana”. O que ela desperdiçou cedo, Ciro pretende usar
só em junho.
O veterano pole position de outras carreras, Luiz Inácio Lula da Silva, vem ponteando esta também. Lula foi à tevê e mostrou o toque mágico do marqueteiro Duda Mendonça. Abracadabra!!! De 26% na preferência dos eleitores, ele atingiu confortáveis 31%, segundo o Datafolha. Vacinado por decepções anteriores, o candidato vem adequando e aprimorando seu discurso. Guido Mantega, seu principal e mais brilhante assessor econômico, continua com o trabalho de convencimento nos ambientes empresariais. E este trabalho é exorcizar demônios: o PT não vai dar calote nem renegociar a dívida, vai implementar as exportações, conversar com o FMI e, para alívio das platéias, o MST não é o PT e os radicais não mandam no partido.
Lula também trocou a Venezuela pela França. Em boa hora. Muito mais palatável e elegante que Hugo Chávez (deu no que deu), o primeiro-ministro Lionel Jospin, candidato ele também ao governo lá na França, prometeu ao petista uma política de cooperação, caso os dois sejam vencedores. Já José Serra, o candidato governista apontado como o responsável pela tragédia pefelista, está estagnado nos 19%, na
mesma pesquisa acima citada, apesar de usar e abusar da televisão
e de outras mídias.