i72578.jpgUm novo teste criado por cientistas britânicos tem tudo para se tornar um dos destaques da reprodução assistida. O exame é capaz de detectar no embrião a ser implantado no útero quase todas as doenças hereditárias conhecidas, entre elas a diabete, a hipertensão e o câncer. Pela conta dos pesquisadores, será possível identificar até 15 mil enfermidades.

Os testes disponíveis atualmente apontam apenas 2% delas – entre elas a síndrome de Down. Chamado karyomapping, o método foi desenvolvido por cientistas do London’s Bridge Center e deverá estar à disposição, no próximo ano, após ser avaliado pelas autoridades de saúde inglesas.

A execução do teste é relativamente simples. Os cientistas retiram uma célula de um embrião de até cinco dias após a fertilização in vitro.

Depois, coletam amostras de DNA dos pais e dos avós e, se necessário, de um integrante da família que eventualmente tenha alguma doença hereditária. O material genético de todos é, então, comparado a análises de 300 mil marcações de DNA específicas – genes identificados associados a diversos tipos de doenças.

Dessa forma, os médicos conseguem obter um mapa de possíveis alterações genéticas presentes na história da família e do embrião, indicando mutações que podem levar ao surgimento de enfermidades. Os embriões que apresentarem modificações genéticas poderão ser descartados, como já ocorre.

Na avaliação do médico Paulo Gallo, especialista em reprodução humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, essa descoberta pode ser considerada um grande avanço da medicina reprodutiva.

"Atualmente, não podemos garantir que o bebê irá nascer totalmente saudável porque há milhares de doenças que ainda não eram detectáveis", afirma. Mas ele faz uma ressalva: "As questões éticas precisam ser consideradas. Uma coisa é investigar doenças. Outra é entrar na paranóia em busca do ser humano perfeito", alerta.

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