No programa do espetáculo, o autor e diretor Charles Moëller explica que recauchutou a personagem Moll Flanders – criação dramática do escritor inglês Daniel Defoe – para dar vazão à comicidade de Ary Fontoura, que completa 50 anos de carreira. Também evoca Charles Ludlam, criador do teatro do ridículo, para definir o humor do seu texto. Mas, apesar da intenção, a verdadeira influência da peça é mesmo o brasileiríssimo besteirol. A história trata da trajetória de uma prostituta londrina, que se casa seis vezes e comete vários crimes. No decorrer do texto, ouvem-se piadas fáceis entre dez trocas de roupa de Ary Fontoura, que esbanja talento ao dar vida à sua personagem, cuja trajetória é contada dos 11 aos 65 anos. O ator arranca risos da platéia com muita naturalidade, sem dar bola às limitações do texto. (F. A. F.) Vale a pena