As baixas temperaturas do inverno já fizeram subir o número de atingidos pelas gripes e resfriados. Mas neste ano os brasileiros contarão com novidades contra as duas enfermidades. Uma beneficiará as crianças e outra será uma alternativa para os adultos. Para os pequenos, a boa notícia é o lançamento de uma medicação para descongestionar o nariz feita especificamente para eles. O Dimetapp pediátrico, aprovado pelo Ministério da Saúde, é indicado para crianças a partir de seis meses. “O produto vem com uma seringa dosadora para não haver erros na medida e é ministrado por via oral”, conta Calil Farhat, professor da Universidade Federal de São Paulo. De acordo com o médico, a droga ajudará no tratamento porque, ao aliviar o desconforto das crianças de forma precisa e segura, elas vão se alimentar e dormir melhor, condições importantes para a recuperação.

Já a novidade para os adultos é uma alternativa de prevenção. Até hoje a única forma de se prevenir contra o vírus influenza, causador da gripe, era a vacina. Mas a Câmara Técnica de Medicamentos, ligada ao Ministério da Saúde, acaba de aprovar a utilização do Tamiflu – droga que trata a doença – para cumprir também essa função. “A indicação é para quem teve contato com o vírus, por causa de algum familiar contaminado, por exemplo, e quer se proteger”, afirma Márcia Gomes, gerente médica da Roche no Brasil, laboratório fabricante do Tamiflu. A droga impede que o vírus se multiplique pelo corpo. Como preventivo, deve começar a ser usado até dois dias depois da exposição, com a ingestão de um comprimido por dia durante uma semana.

É bom lembrar, porém, que o Tamiflu deve ser prescrito por um médico. Até porque ele só faz efeito contra gripe e não contra resfriado, doença que pode ser causada por mais de 100 tipos diferentes de vírus (leia quadro). Se a pessoa estiver resfriada, pouco há o que fazer. “O melhor é esperar passar”, diz José Antônio Atta, chefe do ambulatório de Clínica Geral do Hospital das Clínicas de São Paulo. Foi isso o que fez Thais Mozer, 25 anos, de São Paulo. Agitadíssima com a produção de uma rave que acontecerá na Amazônia em agosto, ela teve de largar os compromissos para esperar o resfriado passar. “Fiquei mal. Durante três dias só dormi e assisti televisão”, conta.

Segundo os médicos, os vírus neste ano dão sinais de não ser tão agressivos. “O influenza parece até mais brando do que a versão do ano passado”, acredita Atta. No entanto, Eduardo Forléo, diretor do Vigigripe, serviço responsável pelo monitoramento do vírus no Brasil, acredita que é cedo para se ter uma idéia da agressividade do tipo de influenza que está circulando. “Ainda não há análises das características deste vírus”, explica o médico. De fato, muita gente caiu de cama nas últimas semanas e demorou a se recuperar. Se o vírus não estiver mais forte, a explicação, nesses casos, seria a maior fragilidade do sistema de defesa do corpo das pessoas. Mais estressada, com alimentação e sono ruins, a população está com suas defesas muito mais vulneráveis.