Primeira mulher a assumir o posto de âncora de um telejornal americano, Barbara Walters entrevistou todos os presidentes dos EUA desde Richard Nixon em 1972. Mais: fez cerca de 30 entrevistas com chefes de Estado, entre eles um arredio Fidel Castro que a recebeu em 1961 para uma conversa na Baía dos Porcos.

O programa de Barbara, na Rede ABC, foi o primeiro a transmitir uma reportagem com a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky após o escândalo sexual entre ela e o então presidente Bill Clinton registrou recorde de audiência na tevê dos EUA não superado até hoje. A trajetória da combativa apresentadora, que precisou brigar para se impor num mercado de trabalho majoritariamente masculino, é contada agora por ela própria na autobiografia “A Arte de Entrevistar” (Novo Conceito), recém-lançada no Brasil. Barbara relata uma passagem de sua rotina de trabalho nos 15 anos em que apresentou o “Today”, na NBC: “Eu morava em Nova York, perto de grandes hotéis, onde costumavam se hospedar homens de negócios.

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NO AR Ela entrevistou todos os presidentes dos EUA a partir de 1972

O lugar era muito frequentado por algumas das mais atraentes “mulheres da noite”. Todas as manhãs, às cinco horas em ponto, eu emergia de meu prédio usando óculos escuros, porque ainda não estava maquiada. Parecia óbvio para aquelas moças que eu acabara de deixar um figurão. E então eu entrava em uma longa limusine negra, com um motorista uniformizado.

E você sabe que efeito isso causava naquelas mulheres? Eu lhes dava esperança.” Barbara Walters protagonizou uma das primeiras milionárias disputas contratuais da história da imprensa. Ela ganhou o título de “garota de um milhão de dólares” na década de 1970, numa referência ao valor da proposta salarial que lhe foi feita pela Rede ABC. Contrato assinado, é nessa empresa que ela trabalha até hoje.

 

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