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As histórias que ecoam na periferia de Maputo, nas vilas rurais e nos portos de Moçambique guardam verdades de que só a oralidade poderia dar conta: são casos que mesclam a crueza da guerra e do colonialismo com a poesia da tradição oral africana. O escritor Mia Couto tornou-se ao longo de sua carreira literária – porque mantém outra, a de biólogo – guardião oficial dessa hiper-realidade. “Estórias Abensonhadas” (Companhia das Letras) é a prova de que ele não pretende abdicar da função: uma vez mais, por meio de sua escrita, chega ao público uma coletânea de contos plenos de humanidade. Sua linguagem é a de sempre, a linguagem viva da rua – característica que nos impõe cotejá-lo com o brasileiríssimo João Guimarães Rosa. 

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