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Até pouco tempo atrás, ter acesso a entretenimento de qualidade também significava encarar situações de risco. Era preciso pegar o carro à noite ou em fins de semana movimentados, suportar o trânsito, pagar pelo estacionamento, enfrentar filas quilométricas e limitar-se às opções em cartaz. E não era só isso. A pessoa ainda precisava colocar a mão no bolso e pagar caro por um ingresso de cinema, teatro ou show.

A boa notícia é que a onipresente tecnologia também mudou a forma como nos divertimos. Agora, é possível investir nos mais diversos tipos de aparelhos eletrônicos para levar o entretenimento ao ambiente doméstico. "Uma das coisas mais interessantes oferecidas pelas novas gerações de eletrônicos é que, dentro de casa, não precisamos mais ficar presos unicamente à programação de canais abertos ou pagos. Hoje, por exemplo, já temos tevês que, por meio de entradas USB, se conectam a dispositivos que armazenam fotos, vídeos e músicas. Eles reproduzem tudo isso sem que precisemos fazer ligações e usar cabos especiais" diz o jornalista Henrique Martin, um dos responsáveis pelo blog Zumo, especializado em tecnologia.

Segundo o programador Mateus Linhares, a possibilidade de integrar diferentes eletrônicos a uma única tevê fez com que ele e seus amigos investissem em um aparelho com o maior número de portas de conexão possível. Agora, ela fica ligada a um Playstation 2, um Wii e um XBOX, consoles que foram doados pelos cinco moradores que dividem o apartamento.

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A central de entretenimento eletrônico foi montada antes que o imóvel recebesse cama, sofá e geladeira. "Uma das primeiras coisas que providenciamos, logo que nos mudamos, foi um pacote que nos desse acesso à internet e à tevê por assinatura. Agora, conseguimos interligar todos os aparelhos que já reunimos de um jeito que seja possível acessar a web até mesmo pelos videogames. Como usamos uma rede sem fio, eles podem reconhecer os conteúdos que salvamos nos computadores que temos em casa e jogá-los para a tevê, na qual assistimos a tudo com mais qualidade, não importando a mídia em que foram gerados", diz.

Há quem diga que a tendência de integrar cada vez mais os eletrônicos domésticos seja algo irreversível. É o que pensa Fabio Wajngarten, diretor de uma empresa de auditoria. Como passa cerca de 19 horas por dia ligado à programação da tevê, ele precisa ter um aparelho constantemente por perto. Hoje, todos os cômodos da sua casa são equipados com televisores e até seu carro ganhou uma telinha. Mas é na sala de estar que Wajngarten conseguiu reunir um verdadeiro arsenal tecnológico. São três tevês – uma de 60 e outras duas de 32 polegadas -, que formam um grande painel com acesso garantido a diferentes canais simultâneos, dois computadores de última geração, um player de Blu-Ray, um Playstation 3 e um armazenador de dados baixados pela rede com mais de um terabyte de memória.

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Além de tudo isso, o auditor contratou dois pacotes de tevê por assinatura e internet, e costuma programar seus aparelhos para que eles gravem todo o conteúdo que não consegue assistir quando está fora de casa ou ocupado.

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Em suas viagens ao Exterior, Wajngarten usa seu notebook para se conectar ao Slingbox, equipamento que lhe permite, em qualquer parte do mundo, ter acesso à programação dos canais que tem em sua casa. Tudo isso pela tela do computador. "Abraçamos a tecnologia e a usamos em nosso favor, ou ficamos parados no tempo. Eu procuro pesquisar muito e me atualizar com equipamentos que possam trazer mais conforto ao meu dia a dia.

Hoje tenho acesso à democracia total de plataforma e conteúdo. Para me tirar de casa é preciso oferecer muita coisa em troca", afirma. Para Wajngarten, assim como para qualquer outra pessoa que realmente se interessa por todos esses eletrônicos e sabe agregar valor a eles, o que realmente faz a diferença é a capacidade de simplificar o uso da tecnologia. "Um aparelho eletrônico precisa ser amigável, de fácil utilização. Se ele tem muitas funções, você pode ficar com medo e deixá-lo de lado. Com um controle remoto, consigo controlar mais de 15 equipamentos dentro da minha casa", diz o auditor.

De fato, não adianta mais disponibilizar inúmeras funções e possibilidades se, para que o usuário tire proveito de tudo isso, ele precisa ficar preso a manuais. É importante que esses eletrônicos sejam intuitivos e autoexplicativos, consigam oferecer o máximo de conexões e, principalmente, centralizem recursos da forma mais prática possível. "Essa realidade ficará cada vez mais transparente para o consumidor.

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A integração da tecnologia que temos em mãos será intensa a ponto de podermos descartar em definitivo mídias como o CD e o DVD. E isso deve acontecer em breve. Uma tendência lá fora, e que já vem ganhando força no Brasil, é aquilo que ficou conhecido como "sob demanda". Isso significa que você irá baixar ou comprar todo o conteúdo de seu interesse pela internet e transferi-lo para a televisão por meio de uma ligação com o computador.

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Além disso, os aparelhos de tevê também poderão se conectar diretamente à web para buscar e armazenar arquivos de filmes, seriados, imagens e músicas, deixando tudo isso disponível para que você possa assistir em algum momento", explica Henrique Martin, do blog Zumo. De acordo com o especialista, esse é o caminho que os eletrônicos devem seguir de agora em diante, oferecendo a possibilidade de assistirmos ao que quisermos, a qualquer hora do dia. A miniaturização e a portabilidade dos equipamentos também só tendem a se intensificar, o que ajudará qualquer usuário a carregar seus arquivos para onde bem entender. A liberdade será a tônica do entretenimento digital do futuro.