O novo alvo dos amantes de safári no Brasil é um bicho pequeno, esquisito, dono de pernas longas e capaz de dar saltos inacreditáveis: a rã. Mas, apesar de várias de suas espécies serem apreciadas por gourmets, a ordem dos introdutores da novidade no País, o catarinense Germano Woehl e sua mulher, Elza Nishimura Woehl, é caçar, pegar e soltar sem matar para comer.

As caçadas feitas na reserva do casal, a Rã-bugio, uma área de quatro hectares de Mata Atlântica na cidade catarinense de Guaramirim, a 180 quilômetros de Florianópolis, têm o objetivo de fazer as pessoas abandonar a idéia de que os anfíbios são seres repulsivos. “Desde criança, eu tenho essa preocupação com as rãs e os sapos, pois eu via que todos tinham nojo deles. Eu sempre os achei bonitos”, diz Woehl, físico e pesquisador do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), de São José dos Campos. E o melhor de tudo é que basta agendar (www.ra-bugio.org.br), pois o programa é gratuito.

Os turistas percorrem trilhas no meio da mata, a pé, guiados pelo coaxar das rãs. Na época da reprodução, entre setembro e janeiro, é possível encontrar famílias inteiras de animais dormindo à beira da lagoa. Ágeis e rápidas, as rãs costumam dar trabalho para quem deseja pegá-las ou tirar fotos. A vedete do pedaço é a simpática e dócil perereca filomedusa. “Ela faz sucesso porque quase não salta e caminha na palma das mãos das pessoas”, diz Elza, uma professora de educação física que abandonou a profissão para se dedicar integralmente ao projeto. Entre pulos e explicações, a aventura consome em média duas horas.

O safári já recebeu mais de 11 mil estudantes de vários Estados do País. Hoje é procurado por muitos turistas brasileiros e estrangeiros. Além das caçadas às rãs, os visitantes costumam encontrar e estudar algumas espécies de sapos e pererecas. Muitos não se contentam com uma única expedição e marcam a segunda visita. É o poder sedutor de uma fórmula que mistura aventura e educação.