Ciência & Tecnologia

Todos querem ser iPhone
Empresas copiam o telefone da Apple e pegam carona em seu sucesso

Luciana Sgarbi

"Se no mundo tem algo de bom, então copiamos esse algo com muito orgulho", disse o vice-presidente da Nokia, Anssi Vanjoki, sobre o mais novo modelo (ou cópia) de iPhone que ele acaba de lançar: o 5800. A frase traduz perfeitamente o conformismo das empresas de telefonia de todo o planeta que se rendem ao sucesso da marca americana Apple, de Steve Jobs. Quando ele anunciou em 2007 o seu fantástico iPhone, combinação de telefone com computador de mão, não imaginava que causaria tamanha revolução – e nem que incitaria tanto a concorrência. Além de eficiente na tecnologia, o iPhone carrega o sempre presente componente das criações da Apple: ou seja, um design impecável. Especialistas enalteceram a tela sensível ao toque, feita com vidro de qualidade óptica, e se alguém achava impossível existir um telefone sem teclado Jobs provou o contrário. Outro diferencial que despertou cobiça foi o software inteligente que permite uma navegação rápida e eficiente na internet, além de trazer mais realismo à experiência de visualizar fotos e vídeos. "Esse será um objeto de desejo", profetizara Jobs. E assim se fez. Hoje há cópias da Samsung, Nok i a , LG, Sony Ericsson e até da empresa chinesa Cect.
Não bastou imitar a tela sensível ou o programa que torna a navegação no celular mais eficiente. Copia-se também o design "limpo", sem detalhes, e, mais importante, sem teclado. Ressalte-se que mesmo o alto custo do aparelho da Apple (US$ 300 nos EUA e R$ 2,5 mil no Brasil) é ignorado, como se de fato houvesse um encanto a cercar essa invenção. "Revolucionei a telefonia celular. Temos 90% de consumidores satisfeitos e que substituíram seus computadores por um smartphone de 135 gramas", diz Jobs. E contabiliza: "Até hoje já foram vendidos seis milhões de iPhones."
A chinesa Cect, com o seu modelo P168, caprichou no processo de xerocopiar iPhones. Instalou um sistema de tela sensível ao toque e internet rápida e, sem disfarçar, aplicou o mesmo fundo de tela e a fonte das letras para confundi-lo o mais possível com o celular da Apple. Além do design, todos os clones possuem armazenamento médio de 10 gigabytes de memória, localizador GPS, saída para tevê, e internet sem fio. A vantagem de se ter uma cópia está no bolso: os clones custam metade do preço de um iPhone, pesam 50 gramas a menos e possuem recursos que o próprio smartphone da Apple não possui. Por exemplo: câmera para videoconferência, flash, gravação de vídeo e possibilidade de aumentar a memór ia do aparelho.