08/03/2006 - 10:00
Se depender de um polêmico cientista britânico chamado Aubrey de Grey, em breve a expectativa de vida do ser humano pode aumentar uma eternidade. Pesquisador da Universidade de Cambridge (Reino Unido), Grey apostou nessa sua tese numa reunião da Associação Americana para o Progresso da Ciência. E garante que nada disso é mágica. Segundo ele, a fonte da juventude está na reparação dos danos moleculares e celulares que ocorrem no organismo humano ao longo do tempo. Grey se baseia em suas pesquisas com ratos. Usando duas técnicas (restrição calórica e mutações genéticas), ele diz ser possível estender a vida dos roedores em até três anos. E propõe uma terapia somando três “ferramentas vitais”: vírus, células-tronco e bactérias.
Os vírus geneticamente modificados auxiliariam o próprio organismo a consertar seus genes danificados – uma espécie de medicamento genético agindo sobre genes doentes. Já as células-tronco seriam capazes de repor as “células perdidas” que o organismo não mais produz por conta do envelhecimento. Finalmente, as bactérias serviriam como “lixeiras”, eliminando as moléculas acumuladas. “Seria possível viver mil anos”, diz Grey.
“O organismo humano não é como o dos ratos. E o primeiro problema no homem é a inevitável fragilização de seu sistema imunológico”, afirma Andrea Prates, coordenadora do Centro Internacional de Informação para o Envelhecimento Saudável (Cies). Enquanto a ciência avança com erros e acertos, a melhor alternativa ainda é seguir o velho receituário da vida saudável: prevenir-se do stress, evitar a ingestão de gordura, exercitar-se fisicamente e manter a mente sempre ativa.