23/09/2009 - 10:00
Passados 15 anos da morte de Kurt Cobain, líder da banda americana Nirvana, a sua música mais famosa, "Smells Like Teen Spirit", foi esmiuçada sociologicamente e teve a sua importância ressaltada até no cenário político americano da década de 1990.
Para alguns críticos, a principal canção do álbum "Nevermind", lançado em 1991, mobilizou uma grande parte da juventude dos EUA, a chamada Geração X, e contribuiu para a eleição do democrata Bill Clinton no ano seguinte, interrompendo as gestões republicanas. Essa teoria está na série "As Canções que Mudaram o Mundo", que estreia no canal a cabo Vh1 no sábado 26 e vai enfocar em nove programas as músicas escolhidas como as mais influentes do século XX.
O critério não foi a relevância artística, mas sobretudo o impacto cultural que produziram. Entre elas "I Want to Hold Your Hand", dos The Beatles, marco da chamada "invasão inglesa" nos EUA; "Staying’ Alive", dos Bee Gees, que incendiou as discotecas; e "Heartbreak Hotel", de Elvis Presley, uma revolução musical e de costumes nos anos 1950.
Curiosamente, não há nada de Rolling Stones ou Bob Dylan, dois dos artistas mais importantes para a juventude e o comportamento desde meados do século passado. No caso do Nirvana, cujo maior sucesso abre a temporada, fica-se sabendo que a origem do título da música ("Cheira a um espírito adolescente") se refere, originalmente, a um desodorante feminino da época (Teen Spirit). A frase fora pichada na parede do quarto de Cobain por uma amiga. Ela escreveu "Kurt smells like Teen Spirit". Ele gostou da expressão e criou a letra.
No último episódio da série, temos o surgimento do reggae e a sua veia engajada retratados em "I Shot the Sheriff", de Bob Marley, composta na década de 1970 em resposta à opressão política e ao racismo. A escolha dessa canção, em vez da famosíssima "No Woman No Cry", não foi arbitrária. O objetivo foi construir uma abordagem social e mostrar como esse hit propiciou a aproximação do ritmo jamaicano ao movimento punk. Entre esses dois hinos políticos, não faltou espaço para a revolução comportamental – a maior delas representada por Madonna e sua "Like a Virgin".