Filha do dono da Richard’s, a carioca Bianca Grahan Ferreira, 28 anos, é, agora, nome de sua própria marca de roupas masculinas. À primeira vista, parece que ela apenas cumpre um destino anunciado. Mas não é bem assim. Bianca cresceu avessa à moda: “Passávamos todas as férias de verão no Exterior e era um saco. Meus pais ficavam ligados em informações para novas coleções.” Somente aos 20 anos, entendeu e atendeu aos apelos da genética: “Vi que gostava era disso: moda masculina.” Exatamente como seu pai, Ricardo Ferreira, estilista da Richard’s, que veste, há três décadas, homens com estilo e dinheiro.

Egressa de escolas e alfaiatarias de Paris, Milão e Londres, ela lança um jeito ousado de vestir e um diferencial para vender. “Vou fazer moda individual e atender no ateliê em casa”, diz Bianca, que mora em Niterói, no Estado do Rio. A peça será confeccionada especialmente para o cliente. O luxo não sairá barato: uma camisa custará no mínimo R$ 300. “Não gosto de tendências. Isso significa que a pessoa deve se adaptar à moda. Eu acho que deve ser exatamente o contrário”, protesta. Poucas de suas peças lembram o estilo da Richard’s. Moderna e atrevida, usa decotes e rendas para homens e calças dhoti, aquelas largas e com cavalo quase no joelho, com recortes entre as pernas, como se fossem saias. Selecionada para o restrito grupo de alunos do concurso londrino Graduate Fashion Week – de onde saiu Stella McCartney –, ela apresentou uma coleção sob medida para o Brasil. O tema foi “Como fazer roupa elegante para um país tropical”. Ela mesma dá a dica: banir ternos e adotar roupas que respirem, coloridas e leves. “Sem ser efeminadas.” Os clientes de Bianca devem ter opinião semelhante à dela.