O dourado passa por um processo de lavagem de imagem. Depois de ser excomungado da moda, decoração e beleza, o tom do ouro volta a reluzir forte. Há uma “onda de glamour de luxo”, como define a consultora de moda Patrícia Veiga, que invade roupas, tecidos, acessórios, jóias, maquiagem e a decoração e reabilita o dourado em suas variadas versões, em especial o ouro envelhecido. Mas atenção: essa é uma das maiores armadilhas da moda, porque o dourado tem uma natural vocação para o exibicionismo, o exagero, o espetáculo. Portanto, muita calma nessa hora: buscar equilíbrio no uso e evitar exageros é a recomendação básica.

Na decoração, evite o brilhante. “As peças não devem estar tinindo de nova. É melhor o objeto ficar mais para o envelhecido do que para coisa polida”, ensina o arquiteto carioca Luis Fernando Grabowsky. Depois de muito tempo na linha de prateados lisos, brilhantes e foscos, começam a aparecer novas coleções de peças de banheiro e louças com dourado. A estilista Solange Fizpan, dona da marca de acessórios que leva seu sobrenome, vai mais longe e libera o ouro também para o uso esportivo. “Desde que não grite para chamar a atenção”, recomenda.

Por conta da volta do dourado, a expectativa dos organizadores do concurso de jóias em ouro da multinacional AngloGold Ashanti é de um número recorde de projetos, mais de mil. Engana-se quem pensa que os designers estarão restritos a orelhas e pescoços. Vem aí o top de ouro, além de roupa de praia, como o maiô usado pela modelo Isabella Fiorentino ao ser coroada Golden Girl. Sim, tudo está permitido. Mas como última dica vale lembrar que brilho é algo pessoal e intransferível e, como diriam fashionistas, vem “de dentro.” Depende mais da atitude do que dos acessórios.