Uma singela frase de um psicanalista carioca ajuda a balizar e indicar o caminho para a felicidade, meta de dez entre dez exemplares da raça humana. No A felicidade é aqui, livro lançado este ano, Luiz Alberto Py nota que “somos felizes quando valorizamos o que temos em vez de sofrermos com o que não temos”. Longe de ser o que parece – mais um fácil bordão de auto-ajuda –, a constatação de Py auxilia na direção para a tranquilidade que leva à felicidade e também mostra – com o auxílio de outra boa ferramenta: a paciência – um atalho para se conseguir o que eventualmente não está à disposição. E tudo isso, inevitavelmente, em meio às vicissitudes e tempestades que fazem parte da caminhada.

Outro psicanalista, o renomado lacaniano Jorge Forbes, também aponta o caminho das pedras quando detecta a síndrome do excesso de queixas que assola a humanidade. Com a ressalva de que é necessário separar a queixa narcísica e paralisante da justa reivindicação, Forbes observa que a causa primordial de toda queixa é a preguiça de viver. “Viver dá trabalho, uma vez que a cada minuto surge um fato novo, uma surpresa, um inesperado que exige correção de rota na vida”, escreve o autor em seu brilhante livro Você quer o que deseja?. Forbes e Py foram entrevistados por Camilo Vannuchi e Celina Côrtes.

Já que falamos em vicissitudes, mostramos as dificuldades que o presidente Lula, uma alma sensível, enfrentou ao fazer a reforma de seu Ministério, na qual teve de sacrificar bons amigos. Nesta edição estão as repercussões da decisão do Banco Central em manter as taxas de juros inalteradas, apesar de todas as expectativas em contrário. A medida detonou justas queixas por parte de toda a sociedade. Uma péssima simbologia para o começo de um ano crucial que deixou muita gente infeliz. Inclusive o presidente Lula. Boa leitura e seja feliz.