Antes de serem retirados de circulação, os tradicionais ônibus londrinos double deck serviram de palco para apresentações móveis do DJ e produtor inglês Fatboy Slim – foi ele quem deu ritmo ao Castelo de Chantilly no casamento relâmpago de Ronaldo Fenômeno com Daniella Cicarelli. Os ônibus vermelhos de Londres sacolejavam tanto que o braço da pick-up não parava sobre os discos. Dura experiência que põe à prova o talento de um DJ. Mas se há coisa que Fatboy Slim adora é justamente ser testado. Assim como gosta de animação. Somem-se essas duas paixões e ele estará todo feliz em Salvador na terça-feira 28 comandando musicalmente a festa de mais de um milhão de foliões no circuito Barra–Ondina, um dos pontos altos do Carnaval baiano – mais precisamente, desta vez o DJ inglês vai sacolejar no Bloco Skol d+.

Fatboy Slim tem 42 anos de idade e seu nome verdadeiro é Norman Cook. Não é calouro no Brasil como DJ. Há dois anos ele se apresentou no Rio de Janeiro para uma platéia de 150 mil pessoas na praia do Flamengo e turbinou o samba-canção Copacabana e a bossa Garota de Ipanema com batidas de house music. Para a sua apresentação em Salvador, ele andou ouvindo axé. Mas dificilmente arriscará um set só de música nacional. Muito menos sozinho. Por isso terá a eficiente companhia dos brasileiros Marky e Patife, que fizeram fama em Londres tocando justamente uma espécie de drum’n’bossa (fusão da batida quebrada do drum’n’bass com bossa nova e congêneres).

Música eletrônica no Carnaval de Salvador não é novidade – Daniela Mercury já colocou no seu bloco DJs como Mau Mau e Xerxes. Mas a presença de um Fatboy Slim, com seus dez anos de carreira, tem tudo para ser um marco porque ele sabe pôr a multidão para dançar: a sua apresentação na praia inglesa de Brighton alucinou 250 mil pessoas. E virou até DVD (Big beach boutique II). Ex-baixista da banda de rock Housemartins, Fatboy Slim tem a vantagem de ser músico e assina as suas composições – ou seja, não remixa apenas canções dos outros. Outra habilidade é o seu gosto pop. Assim, muito de seu sucesso vem do uso de formatos consagrados da música popular, como o rock, o funk, o reggae e o hip-hop.