Cuidar do coração, fazer exercícios, seguir uma dieta equilibrada, contar com amigos e ter uma boa educação são formas de preservar a saúde do cérebro. Não só do ponto de vista funcional, mas também pelo aspecto emotivo. Isso quer dizer uma mente ativa e livre de angústia e ansiedade. Essas medidas são sugestões do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, que anunciou na semana passada o resultado de uma avaliação de 96 estudos publicados em revistas científicas.

O relatório identificou diversos fatores que interferem no que os autores chamam de saúde cognitiva e emocional. Ou seja, situações capazes de fazer com que, no futuro, o cérebro tenha dificuldade em realizar as conexões de neurônios necessárias para as atividades cotidianas. Um dos maiores riscos é o comprometimento cardiovascular (males como obesidade são inimigos do cérebro). Outros fatores são distúrbios do humor e baixa escolaridade (pessoas que estudam acionam mais áreas da rede cerebral).

De modo geral, os cientistas sabem disso. O problema, segundo a entidade, é que eles estão mais preocupados em entender os mecanismos das doenças do que em compreender como esses fatores atuam sobre o sistema nervoso central. Os autores notam que a relação entre a performance cognitiva e as emoções é bidirecional: uma afeta a outra. E ressaltam que não encontraram estudos que investiguem a fundo essa correlação. “Temos muito a descobrir. Mas nosso conhecimento não é pouco. Hoje, para manter a saúde do cérebro, recomendamos combater o risco cardiovascular e adotar uma vida ativa física e intelectualmente”, diz Ricardo Nitrini, neurologista da Universidade de São Paulo.