28/01/2004 - 10:00
Show
Stanley Jordan (Fortaleza, Centro Cultural Dragão do Mar, dia 23; São Paulo, Via Funchal, 27; e Rio de Janeiro, Canecão, 29) – Formado em música pela Universidade de Princeton, o guitarrista californiano de 40 anos começou a carreira se apresentando na rua, há duas décadas. Logo ficou famoso pela técnica que desenvolveu – ele toca com as duas mãos sobre o braço da guitarra e usa todos os dedos, inclusive os polegares. O malabarismo permite a execução simultânea da melodia, do acompanhamento e do baixo. Descontado o aspecto circense empregado em releituras de clássicos do jazz, Jordan provou sua versatilidade criando temas inspirados e passou a se cercar de outros músicos. Como nesta excursão em que se apresenta ao lado do baterista Ivan Conte (Mamão), do baixista Dudu Lima e do tecladista Marcos Nimrichter, brasileiros que conheceu nas outras vezes
em que esteve no País. Seu repertório promete ser uma retrospectiva da carreira a partir de Magic touch, de 1981. Como brinde, o show paulistano será aberto pelo guitarrista Sérgio Dias, o Serginho dos Mutantes, lenda viva do rock nacional que está lançando seu novo álbum, Jazzmania/live. (Luiz Chagas)
Livros
Ozzy (Leia Sempre, 232 págs. R$ 27), de Chris Nickson – No começo de 2002, quando o roqueiro Ozzy Osbourne anunciou que estrelaria com sua família um reality show a ser exibido pela MTV americana, a comoção foi geral. Afinal, o fundador da célebre banda inglesa Black Sabbath era conhecido pelas bebedeiras e por arrancar a dentadas cabeças de morcegos e pombos – vivos. Ninguém o via como chefe de família. Surpresa: logo após a estréia do programa The Osbournes, o autodenominado Príncipe das Trevas se transformou no “pai-modelo da América”. Ozzy conta a história do cantor e compositor e analisa o porquê da reviravolta na sua imagem. Na verdade, a família Osbourne, completada pela mulher e empresária, Sharon, e pelos filhos, Kelly e Jack, em nada difere dos clãs das sitcons americanas. Daí o título em inglês Ozzy knows best, uma paródia do nome original da série Papai sabe tudo, levada ao ar nos anos 1950. Só para esclarecer, o autor Chris Nickson informa que, em toda a vida no palco, Ozzy Osbourne atacou apenas um morcego e um pombo. (Luiz Chagas)
Cinema
Revelações (cartaz nacional na sexta-feira 30) – Sob a acusação de racismo, Coleman (Anthony Hopkins) perde o cargo de reitor numa universidade e o escândalo acaba provocando a morte da sua mulher. Desesperado, ele procura o apoio do escritor em crise Nathan (Gary Sinise) e se perde nos braços de Faunia (Nicole Kidman), uma faxineira constantemente espancada pelo ex-marido Lester (Ed Harris). Aos poucos, o público vai tomando conhecimento do passado de Coleman e do peso que já carregava nos ombros. Mesmo com tal enredo e elenco nas mãos, o diretor Robert Benton, de Kramer vs. Kramer, conseguiu errar ao encher sua história de flashbacks. Assim, toda a angústia do romance A marca humana, do consagrado Philip
Roth, esvai-se nas idas e vindas do roteiro. Caso típico em que o
total se mostra inferior à soma das parcelas. Mas Nicole Kidman
está soberba. (Luiz Chagas)