19/08/2009 - 10:00
O mais novo fato da cena política brasileira chama-se Marina Silva, a senadora que pode sacudir as eleições presidenciais de 2010 com uma candidatura que, as pesquisas já apontam, parte no trampolim de lançamento com ao menos 10% da preferência. Em algumas formulações de pesquisa, ela chega a figurar com até 24% dos votos, superando inclusive a candidatura da ministra Dilma. Marina é, desde já, o fator determinante para a quebra da polaridade que estava se construindo entre as opções PT e PSDB. Em várias circunstâncias, nos momentos decisivos da escolha dos seus governantes, o eleitor mostrou-se interessado no debate plural de ideias e soluções. Queria ver projetos alternativos para a tomada segura de decisão. Para 2010, o caminho que se desenhava até então era o de uma campanha modorrenta, bipolar, com duas opções que simbolizavam respectivamente o Lula e o anti-Lula. Na prática, os brasileiros estavam prestes assistir a um mero plebiscito do "sim" e do "não" ao mandato petista que se encerra. A senadora – como ressaltaram vários parlamentares e quadros partidários – traz o imponderável. Sua projeção se dá não apenas pela figura da mulher batalhadora, mas pelo que a candidatura que ela carrega simboliza. É a terceira via e outras podem estar a caminho. De carona na movimentação, até o ex-ministro Ciro Gomes se animou de novo a colocar o nome no tabuleiro como uma alternativa à sucessão presidencial. Marina, está provado, traz o fator multiplicador de propostas para as urnas e incorpora perfeitamente a bandeira da causa verde, tão em voga em todo o mundo e ainda subjugada no meio político nativo. No currículo de Marina, a defesa intransigente do meio ambiente é uma marca e pode finalmente ganhar organicidade no debate nacional. Ela não deverá fazer figuração na corrida eleitoral, pelo que apontam as primeiras intenções de voto. Partiu como protagonista, pode se converter na surpresa das eleições e, no papel de senadora, já mostra que não só de más notícias vive o Senado brasileiro.