Itaipu

Empresas estatais, por constituírem patrimônio público, devem ser administradas com total transparência e responsabilidade. Superfaturamento, evasão de divisas, favorecimentos em contratos são apenas alguns do crimes cometidos contra a sociedade. Conforme mostrou ISTOÉ, a contabilidade da maior hidrelétrica do mundo, Itaipu, é uma verdadeira caixa-preta, fomentando dúvidas e mais dúvidas em sua maneira de administrar. Não seria este “simples” fator um motivo para investigação? “Estado paralelo” (ISTOÉ 1891).
Fábio Moreira da Silva
Belo Horizonte – MG

É uma pouca-vergonha essa imunidade quase divina da Itaipu Binacional. Se nos procedimentos administrativos ordinários, em que são todos subordinados à lei e aos entes de fiscalização, tais como MP, Tribunais de Contas e o próprio Poder Judiciário, ocorrem diariamente desmandos de toda ordem, seríamos suficientemente ingênuos para acreditar na conversa do senhor Jorge Samek, presidente da Itaipu, de que não ocorre mazelas numa estatal que gera bilhões de dólares imune a tudo isso. Quem pode o mais, pode o menos, já diziam os sábios romanos. Um carro que alcança 300 Km por hora pode correr a 100.
Joselito Tanios Hajjar
Londrina – PR

É totalmente incompatível com os princípios fundamentais de um Estado democrático de direito, baseado na soberania popular, que haja entidades que recebam ou gerenciem recursos públicos e que estejam imunes ao controle parlamentar e popular, bem como ao controle judicial acerca da legalidade dos atos de seus dirigentes e funcionários. Em boa hora, a CPMI dos Correios irá iniciar as investigações e, uma vez comprovadas as denúncias, tais desmandos com o dinheiro público e tais práticas de corrupção devem ser rigorosamente punidos, sob pena de se manter a impunidade para os que cometem ilícitos na empresa desde os tempos do nefasto regime militar.
Juliano Massad Borges
Araxá – MG

 
 
Política

Os políticos continuam fazendo uma verdadeira farra em Brasília. A remuneração dos nossos parlamentares está entre as maiores do mundo e o custo-benefício dessa despesa só acarreta prejuízo para o Brasil. A maior parte dos congressistas nada faz, nada produz e raramente algum deles aparece no local de trabalho. Comparados com os parlamentares de outros países, onde existe a democracia do voto, os brasileiros são verdadeiros marajás, pois, além de não trabalharem, possuem todos os tipos de regalias. “Farra muito bem paga” (ISTOÉ 1890).
Wilson Gordon Parker
Nova Friburgo – RJ

 
 
Fax Brasília

A coluna Fax Brasília da edição 1891 da revista ISTOÉ publicou a nota “Gastoterapia” que contém afirmações equivocadas e ofensivas. De fato, o
edifício-sede da AGU em Brasília passará por uma reforma neste ano. A decisão
que determinou a execução do projeto, porém, não é de agora nem resultou de qualquer sentimento pessoal, ao contrário do que está dito na nota. O projeto foi aprovado por mim em 2003, quando teve início a pesquisa de mercado e a preparação dos editais da concorrência pública para a contratação das empresas encarregadas da obra. A decisão foi tomada com base nos estudos técnicos que revelaram a total impossibilidade da AGU continuar ocupando o imóvel nas atuais condições. Há uma demanda elétrica acima da capacidade atual da rede, com registros de princípios de focos de incêndio, como mostram as fotos. Algumas providências já foram tomadas, como desligar os aparelhos de ar condicionado
de algumas salas e reforços nos quadros de eletricidade. Porém, tais medidas
não foram suficientes, principalmente porque, nos últimos anos aumentou a ocupação do imóvel. Em 2001, 330 pessoas circulavam no prédio. A partir da ocupação da AGU em 2002, este número cresceu anualmente e hoje 768 funcionários trabalham no edifício em condições inadequadas. O prédio foi construído em 1979 para abrigar uma indústria gráfica, o que se traduz no acabamento simples em concreto e gesso, amplas esquadrias para permitir a iluminação natural, pé-direito alto, imensos espaços abertos para circulação do
ar e para a dissipação do calor por convecção. O fornecimento de energia elétrica
foi também dimensionado à época para atender às características próprias de consumo de uma indústria gráfica, que neste caso é a Imprensa Nacional. Isto é, grandes cargas elétricas concentradas em um mesmo local (para o funcionamento das grandes máquinas do parque gráfico), enquanto que em um ambiente de escritório, como o da AGU, é necessário um número muito maior de pequenas cargas distribuídas ao longo de toda a edificação, para o uso de microcomputadores, impressoras, equipamentos de rede, etc. Há uma recomendação da Secretaria
de Controle Interno (Ciset) da Presidência da República para que a AGU e a Imprensa Nacional separem os transformadores na subestação da Companhia Elétrica de Brasília (CEB), que ainda continuam em conjunto. Quando a AGU ocupou o imóvel no início de 2002 foram realizadas adaptações nas redes elétrica, lógica e telefônica com instalação e remanejamento de divisórias. Porém, ao dividir os imensos espaços em compartimentos, cessou a circulação natural do ar, o que provocou uma demanda por aparelhos de ar condicionado em locais não concebidos para isso. A situação das instalações piorou com o aumento da ocupação do imóvel. Mais funcionários implica em mais computadores e aparelhos de ar condicionado em funcionamento, o que provoca uma demanda maior de energia elétrica de uma rede sobrecarregada. Por isso, é necessário instalar uma rede elétrica e um sistema de refrigeração adequados à realidade atual de ocupação do prédio, onde hoje funciona a sede da AGU. Não se pode continuar a adotar soluções paliativas para acomodar os funcionários e, ao mesmo tempo, evitar riscos de incêndio no imóvel. O valor da reforma é de R$ 7,688 milhões, sendo R$ 5,035 milhões para mudar toda a rede elétrica, lógica, telefônica, bem como substituir os pára-raios radioativos e implantar recomendações de segurança predial, interna e externa, formuladas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Outros R$ 2,653 milhões são destinados para o fornecimento e instalação do sistema de refrigeração que obedecerá aos critérios de não agressão ao meio ambiente. Antes de aprovar o projeto de reforma, determinei aos técnicos da AGU que fizessem uma pesquisa de mercado para verificar se era possível construir uma sede própria, em vez desta reforma. A conclusão foi de que não é possível esperar mais cinco anos para inclusão da obra da sede própria no Plano Plurianual (PPA), período em que a ocupação do prédio poderá aumentar, com riscos de pane e incêndio nas instalações elétricas. Além disso, a construção da nova sede custaria R$ 45 milhões. Informo ainda que determinei à minha equipe total transparência no andamento no projeto e execução da obra, que já começou. Por isso, se o jornalista julgar necessário, todos os documentos sobre a reforma estão disponíveis para sua consulta.
Álvaro Augusto Ribeiro Costa
Advogado-geral da União
Brasília – DF

Salário mínimo

Vem aí a velha “resenha” do salário mínimo: R$ 350, R$ 340, não importa,
pois será mesmo “mínimo” e tudo continuará como antes. A meu ver, é
necessário aumentar muito esse salário, já que só assim o povo poderá se alimentar melhor esvaziando as necessidades de gastos com a saúde, por
exemplo. Muita gente hoje bate nos hospitais de “fraqueza” e vai ali só para tomar sopa e se alimentar melhor. Os gastos com internação são altos. Alguém já disse que os verdadeiros problemas não são saúde e educação, mas, sim, emprego e renda. Com isso, a população cuidaria dos seus próprios problemas. “Os
primeiros afagos” (ISTOÉ 1891).
Osman Beltrão
Olinda – PE

A imprensa parece acreditar e concordar que o governo não pode pagar um salário mínimo de R$ 400. A mesma imprensa noticia hoje um desvio de mais de R$ 2 bilhões em Itaipu! Isso dá para pagar um mínimo de R$ 400 durante um ano para 400 mil trabalhadores.
Antonio Carlos Ciccone
Carapicuíba – SP

 
 
JK

Juscelino Kubitschek foi o presidente mais marcante da nossa história e por essa razão está vivo na memória coletiva da população. Com o ideal de progresso econômico e de integração, varreu o País com seu otimismo contagiante. Nunca ouvimos de Juscelino Kubitschek palavras agressivas e insultosas contra seus adversários porque ele não fazia da atividade política um instrumento do ódio e da rivalidade deletéria, mas, sim, um meio para a promoção da solidariedade e do progresso social e material do nosso povo, por isso seu nome marcou a história da República brasileira no século XX. “Por que o mito sobrevive” (ISTOÉ 1890).
Everton Jobim
Rio de Janeiro – RJ

JK foi extremamente irresponsável fazendo dívidas imensas e esqueceu que os próximos governantes não poderiam fazer mais nada a não ser pagar a dívida da sua vaidade. Que mito é esse?
Marilene Amaral
Belo Horizonte – MG

 
 
Rinite

Achei muito importante a reportagem sobre rinite “Lenços à mão” (ISTOÉ 1891), um mal que afeta grande parte da população. Além de explicar detalhadamente como se manifesta o problema, deu boas dicas de como tratá-lo corretamente.
Felipe Lucchesi
São Paulo – SP

 
 
Raul Cortez

Só queria deixar aqui meu mais profundo sentimento de admiração e respeito pelo ator Raul Cortez. Como artista brasileiro, aos 38 anos, cresci na ditadura e, porque meus pais eram culturalmente atentos, pude observar como adolescente curioso a transformação e perda de nossa voz cultural. Sinto-me feliz em ver que Raul Cortez é antenado. Sempre gostei dele e queria que soubesse que sua indignação é a mesma de muita gente que trabalha duro para produzir culturalmente algo que cause orgulho ao Brasil. “Agora, sou um perigo” (ISTOÉ 1890).
Alexandre Innecco
Missouri – EUA

Gostaria de parabenizar ISTOÉ pela extraordinária entrevista com o ator Raul Cortez. É impressionante a força interior que ele possui. Que seu exemplo seja visto por todos que se entregam às provações que a vida nos impõe.
Ivan Lemos
Palmas – TO

 
 
Correção

Ao contrário do publicado na reportagem “Lenços à mão” (ISTOÉ 1891) o nome correto da Asbai é Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.