25/01/2006 - 10:00
Anões botam a cabeça de fora |
A crise das férias prolongadas afastou os holofotes da Comissão de Orçamento. O PSDB e o PFL fizeram chegar informalmente à Mesa da Câmara dos Deputados e ao ministro da Articulação, Jaques Wagner, que não é a oposição que está impedindo a votação do Orçamento de 2006. A última previsão revela que o Orçamento só será votado em março. Os deputados do PMDB que compõem a comissão seriam os responsáveis em emperrar seguidamente as votações. Denúncias de negociações estranhas – apenas dois deputados teriam ficado com todos os R$ 200 milhões de emendas de uma bancada estadual – têm sido relatadas com freqüência no balcão do cafezinho. Há fortes indícios de barganha por motivos nada republicanos no atraso da votação do Orçamento. A Câmara teme um novo escândalo tipo “Anões do Orçamento”. O presidente Aldo Rebelo vai convocar os líderes e aprovar com urgência medidas que coíbam práticas que estimulem a troca de vantagens ilícitas na Comissão de Orçamento.
Dudaduto assusta o PT |
Duda Mendonça que se segure. Crescem na PF e no MP
as suspeitas de que o publicitário baiano operava um
esquema igualzinho ao de Marcos Valério. O modus
operandi seria o mesmo. Com pequenas diferenças:
Duda (foto) pagaria as contas dos deputados petistas,
com dinheiro sacado em bancos no Exterior.
O pêndulo dos Berger |
Os Berger decidem a eleição catarinense. O prefeito tucano de Florianópolis, Dario Berger, trabalha a aliança PSDB-PMDB com o governador Luís Henrique, candidato à reeleição. Ele tem dois Berger para compor sua chapa: o deputado Djalma, irmão do prefeito, e a secretária de Desenvolvimento da capital, Rose, mulher do prefeito. Sem aliança, os Berger se aliam à chapa tucana do senador Leonel Pavan.
O Leão ronda as urnas |
O TSE delegou à Receita Federal o controle sobre doadores de campanha. Quem pisar na bola vai sofrer devassa do Leão. Ou seja, o Fisco do presidente Lula poderá favorecer o candidato Lula. “É uma brutalidade”, ruge o deputado Francisco Dornelles (PP-RJ) (foto), ex-leão de Sarney.
Lama no buraco |
Tapar buraco com licitação dá rombo nas contas. Imagina sem licitação. É o
que assusta o presidente do TCU, Adylson Motta. Em 2005, o TCU fiscalizou
130 obras licitadas pelo DNIT. Dessas, 74 apresentaram irregularidades, como superfaturamento. Na Operação Tapa-Buracos, Lula vai gastar R$ 400 milhões.
E sem licitação.
Rápidas |
• O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não é mais candidato
a governador. Apoiará a candidatura do senador Teotônio Vilela (PSDB). Para o Senado pode votar em Heloísa Helena (PSOL).
• O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio, sustenta que não
adianta aparecer documentos sobre caixa 2 de Furnas. A CPI não irá investigar,
mas a CGU vai. Fará devassa em contratos assinados por Dimas Toledo.
• O PMDB governista passou os últimos dias dividido: ou boicota as prévias em
dez Estados que a ala controla ou adere à candidatura de Garotinho. O namoro
com o ex-governador é a opção mais provável. Eles não engolem Germano Rigotto.
• Depois de 16 anos de escândalos, finalmente o Canal da Maternidade (que derrubou o ministro Antonio Magri, lembra?) será concluído no Acre. A obra
está sendo realizada pela Funasa. O presidente Paulo Lustosa quer inaugurá-la
até junho.
• Novidade bombástica na cena brasileira: político importante de uma capital vai assumir, na campanha eleitoral, que é gay. Foi a forma corajosa que achou para evitar a chantagem que se armava.